350 anos das Aparições do Sagrado Coração à Santa Margarida
A aprovação da devoção que atraiu todo o mundo para o Coração de Jesus!
No Jubileu dos 350 anos das aparições a Santa Margarida Maria Alacoque de Jesus, mostrando seu Sagrado Coração, entre os anos de 1673 a 1675, nos lembremos da firme fundação dessa grande devoção, que se origina tanto das Sagradas Escrituras quanto na Tradição da Igreja, e sempre esteve presente nos lábios e corações dos Cristãos.
Contudo, as aparições à Santa Margarida no século 17 levaram a Igreja não só a reconhecer esse mistério em um nível particular, mas expandindo-a publicamente para todos os fiéis católicos.
O apelo de Jesus à Santa Margarida para estabelecer uma devoção particular ao Seu Sagrado Coração, que ela viu “radiante como um sol, com uma chaga adorável, rodeada de espinhos e encimado por uma cruz, deitado sobre uma trono de espinhos”, viria a ser ouvido e atendido por todo o mundo!
Primeiro Reconhecimento da Igreja
Um primeiro relato histórico importante se situa entre os anos de 1674-1675 quando o Padre Eudes recebeu do Papa Clemente X a aprovação de confrarias ligadas ao Sagrado Coração, obtendo assim uma aprovação indireta dessa prática.
Festa Do Sagrado Coração
No ano de 1765, por meio do Papa Clemente XIII a Igreja aprovou uma festa litúrgica do Sagrado Coração para Roma e Polônia.
O Papa Pio VI, na constituição apostólica “Auctorem Fidei”, (O Autor da Fé) em 1794, contribuiu historicamente ao declarar que a devoção é algo essencial.
Ele afirma que a “doutrina que rejeita o Sacratíssimo Coração de Jesus é falsa, temerária, nociva, ofensiva para os ouvidos piedosos e ofensiva para a Sé Apostólica”.
E depois, o Papa Pio IX, em 1856 prescreveu essa festa a nível universal, aprovando a prática do mês de junho ao Sagrado Coração e a divulgação oficial da imagem segundo as revelações de Santa Margarida.
A Consagração do Mundo e o Mês do Sagrado Coração
Contudo, coube ao Papa Leão XIII marcar a história no dia 11 junho de 1899 consagrando o mundo inteiro ao Coração de Jesus, data anunciada na encíclica denominada “Annum Sacrum”, (Ano Sagrado) sobre a devoção do Sagrado Coração de Jesus.
Foi publicada em 25 de maio do mesmo ano, sendo a primeira encíclica papal que tratou explicitamente desse tema. É preciso retomar esse texto valioso!
O mesmo papa também aprovou a ladainha do Coração de Jesus e exortou a participação dos fiéis nas primeiras sextas-feiras de cada mês.
Aprovações Papais
Após a aprovação da Festa do Sagrado Coração por Clemente XIII e da consagração do mundo ao Sagrado Coração de Jesus pelo Papa Leão XIII, muitos papas endossaram e apoiaram energicamente a expansão dessa salutar
São Pio X incentivou que todos os anos se renovasse a consagração ao Coração de Jesus.
Canonização de Santa Margarida Maria Alacoque
O Papa Bento XV canonizou Santa Margarida Maria Alacoque em Roma no dia 13 de maio de 1920, e em um decreto de 1921 aprovou a missa e ofício próprio para a festa litúrgica.
O Papa Pio XI promulgou uma Encíclica, segunda na história, em 08 de maio de 1928 com o título: “Miserentissimus Redemptor”, (Misericordiossímo Redentor) cujo tema aprofunda ainda mais a devoção ao Sacratíssimo Coração de Jesus.
Grande destaque histórico é a encíclica “Haurietis Aquas”, (Haurireis Águas), datada de 15 de maio de 1956 e promulgada pelo Papa Pio XII.
Foi a terceira na história com essa temática, que fundamenta com profundidade teológica a devoção ao Sagrado Coração. É preciso estudá-la com apreço!
Após o Concílio Vaticano II
Paulo VI, escreveu uma carta apostólica, “Investigabiles Divitias Christi”, (As riquezas investigáveis de Cristo), em 06 de fevereiro de 1965.
Nesta carta ele afirma que: “É absolutamente necessário que os fiéis prestem homenagem do culto, com práticas de piedade privada e manifestações públicas, ao Coração de cuja plenitude todos nós recebemos, e d´Ele aprendam a maneira perfeita de ordenar a sua vida, pra que essa corresponda plenamente às exigências dos nossos tempos…”
João Paulo II, durante o seu pontificado, várias vezes, referiu-se ao Coração de Jesus.
Na encíclica “Dives in Misericordia”, (Deus rico em Misericórdia), afirmou que “a Igreja parece professar de modo particular a misericórdia de Deus e venerá-la, voltando-se para o Coração de Cristo”.
O Papa Bento XVI escreveu na sua primeira encíclica, “Deus Caritas est”, (Deus é Amor): “O olhar fixo no lado trespassado de Cristo, de que fala João (cf. 19, 37), compreende o que serviu de ponto de partida a essa Carta Encíclica: Deus é amor (1 Jo 4, 8).
É onde essa verdade pode ser contemplada. E começando de lá, pretende-se agora definir em que consiste o amor. A partir daquele olhar, o cristão encontra o caminho do seu viver e amar”.
Finalmente, o Papa Francisco deixa a sua marca histórica, escrevendo uma carta encíclica, quarta do seu pontificado e também a quarta na história papal.
A carta traz como tema principal o amor humano e divino do Coração de Jesus, datada de 24 de outubro de 2024, com o título “Dilexit nos” (Amou-nos”). Essa encíclica será aprofundada no decorrer do ano jubilar de 2025.
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus hoje
Em suma, graças ao trabalho de séculos por parte dos religiosos, membros do clero e leigos que doaram sua vida à difusão da devoção ao Sagrado Coração, desde os tempos de Santa Margarida até os nossos dias, essa devoção se espalhou pelo mundo e levou incontáveis almas a voltar-se ao Coração de Jesus e refugiar-se nEle.
Assim sendo, beneficiados por esta divina devoção, agradeçamos à Santa Igreja, Mãe e Mestra da verdade, que aponta a seus filhos o caminho de salvação, especialmente na devoção ao Sagrado Coração de Jesus.
Fonte: Diocese de Curitiba(adaptado)
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