As graças especiais do Sagrado Coração de Jesus

No último artigo, relembrei quatro das Doze Promessa do Sagrado Coração, recebidas pela santa modelo dessa devoção, santa Margarida Maria Alacoque. Hoje, quero falar dessas promessas, que na verdade são as Graças do Coração de Jesus para nós.

Aliás, no texto anterior eu falei das:

1ª) Eu darei aos devotos do Sagrado Coração todas as graças necessárias ao seu estado;

2ª) Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias;

3ª) Eu os consolarei em todas as suas aflições;

4ª) Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.

Todas essas promessas, se lermos minuciosamente, veremos que na verdade fazem parte das graças do Sagrado Coração de Jesus.

Houve gente, batida por boa curiosidade, que quis conhecer as oito restantes. “Só 4? E as outras”? Nada mais simples e agradável que a atender. Aqui vão as oito:

5ª) Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos em empreendimentos;

6ª) Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdia;

7ª) As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção;

8ª) As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição;

9ª) A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração;

10ª) Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos;

11ª) As pessoas que propagarem essa devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração;

12ª) A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

Como surgiram essas promessas? Quais graças dessa devoção? 

A primeira pergunta respondo mais tarde, mas hoje, começarei respondendo a segunda.

Agora, vamos focar apenas na 6ª promessa, buscando um exemplo no texto evangélico.

Esta promessa tem uma relação intensa e muito próxima com cada um de nós. Jesus ensinava no templo, conforme relata o evangelho de São João, capítulo 8. Ele atendia a todos, conversava, esclarecia e abençoava, em um ambiente sereno e acolhedor.

De repente, uma turba irritada, composta de escribas e fariseus, entrou berrando e arrastando uma mulher sujeitada e humilhada.

Aliás, eles gritaram: “Mestre, esta mulher foi apanhada em adultério”. A lei mosaica prescrevia a lapidação nesses casos. Mas, o que responderia Jesus, tratado maldosamente como mestre por aqueles que não lhe reconheciam como doutor da Lei? Jesus sugeriria o apedrejamento?

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Silencioso, o Salvador se levantou, olhou para eles de forma indecifrável e começou a escrever na terra com o dedo.

A agitação aumentava. Os discípulos estavam inseguros com o silêncio de Jesus. Por que ele escrevia na terra?

O tempo fluía, e os berros dos fariseus se repetiam, cada vez mais intimidadores. Em certo momento, Jesus parou de escrever, levantou-se e respondeu serenamente:

“Aquele de vocês que está sem pecado, seja o primeiro a atirar a pedra”

Em seguida, voltou a escrever na terra. Houve silêncio. Pouco a pouco, fariseus e escribas foram se afastando, até que desapareceram na cidade.

Aliás, restaram apenas a mulher acusada e o Redentor. Cristo deixou de escrever, levantou-se e perguntou à mulher:

“Mulher, onde estão os que te acusam? Ninguém te condenou?” Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Então, Cristo concluiu: “Nem eu te condeno; vá e não peques mais”.

Então, o mesmo Coração de Jesus, que milênios atrás, no templo de Jerusalém, acolheu e indicou o rumo a uma mulher pecadora, faz hoje a cada um de nós, pobres pecadores, um convite igual, expresso na 6ª promessa:

“Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdia”.

Ou seja, Ele nos protegerá, afastará os inimigos e nos oferecerá sua misericórdia infinita.