Veja Como fazer a entronização do Sagrado Coração
A grande obra do momento, portanto, é a reconstrução de Nazaré, ou, se quiserdes, a reprodução da família santa de Betânia, do lar dos verdadeiros amigos de Jesus.
Digo Betânia, uma vez que Nazaré, por sua sublimidade, será única através dos séculos, enquanto que Betânia,
constituída por pessoas do nosso talhe, modeladas inteiramente pela nossa forma de barro, é em tudo e por tudo perfeitamente imitável.
Uma imagem é colocada em lugar de honra da casa, como penhor da tomada de posse do Divino Rei que vem ocultamente para ficar em definitivo, como adorável Amigo.
Aqui devo dizer que a fé viva e o amor das almas trazem à Entronização a nota de espontaneidade que lhe corresponde, pois não se trata, por certo, de uma formalidade cerimoniosa e fria.
Nessa hora solene, reúnam-se pais e filhos; não falte ninguém de casa.
E, desejando, convidem-se os amigos íntimos e parentes para que formem uma corte e tenham uma lição de adoração social.
E diante da imagem adornada com flores e luzes, um sacerdote amigo, possivelmente o pároco, dirá duas palavras de explicação do ato e benzerá a imagem segundo o ritual.
Em seguida, todos, a uma voz, rezam o Credo, expressão da fé do lar cristão, que promete conservar vivas as tradições católicas de seus antepassados.
Sempre de joelhos, recitam todos em coro as orações do Cerimonial, e portanto também a prece pelos ausentes e falecidos da família. Em seguida o Ato de Consagração.
Observai porém que, dizendo Consagração, não limitamos a ela a cerimônia, uma vez que Entronizar encerra o reconhecimento e a aclamação, em sociedade, da Realeza Divina de Nosso Senhor. Inclui o hosana de amor e reparação.
O Ave Rex da família – pequenina Pátria – em nome da grande Pátria, a nação. Por isto dizemos entronização.
Precisamente porque ao “entronizar” recebeis ao Rei dos reis, usai de toda a pompa possível. Não vos possa Jesus Cristo admoestar como a Simão:
“Entrei em tua casa, não me deste água para os pés… Não me deste ósculo… Não ungiste minha cabeça com bálsamo…” (Lc 7, 44-46). Cuidado para não merecer tão triste observação!
Recebei-O regiamente, como Rei que é, como se O vísseis baixando do Tabor! Para Ele, só para Ele, o lugar de honra! Dai-Lhe lugar de honra, o primeiro, o mais nobre da casa; se houver um grande salão, que seja aí.
Reparai, dessa maneira, os ultrajes de Herodes, e de tantos grandes potentados que o relegam à penumbra, ao quarto de guardados, ou pior…