A instituição do Sacramento do Amor! Clique aqui e entenda!
A Quinta-Feira Santa é consagrada à comemoração da última ceia: é o aniversário da instituição da Sagrada Eucaristia.
Para que seja mais frisante e sugestiva a recordação da Ceia suprema , em que Jesus Cristo, consagrante único, deu, com suas próprias mãos, a Comunhão aos Apóstolos, a rubrica autoriza apenas uma missa em cada igreja.
Os demais padres assistem a ela revestidos de estola; recebem o Pão eucarístico, distribuído, pelo celebrante , que é, regularmente, o mais elevado na hierarquia eclesiástica.
A missa começa num tom jubiloso até ao Gloria in excelsis Deo. Aí se tocam os sinos, que emudecem depois, até ao Glória de Aleluia.
O SACRAMENTO DO AMOR
A ceia legal estava terminada. De repente, Jesus tomou em suas mãos um dos pães ázimos, que havia ficado na mesa, benzeu-o, e, levantando os olhos para o céu, deu-o a seus Apóstolos, dizendo: Tomai e comei, isto é o meu corpo!
Profundo silêncio acolheu estas palavras: silêncio de admiração, sem dúvida, mas também de fé humilde e submissa, porque todos conservavam a lembrança da promessa feita à margem do lago:
O pão que darei é a minha carne para vida do mundo. Minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue verdadeiramente bebida. (João VI. 5 2) .
Meditemos hoje, estas palavras divinas, no dia mesmo em que foram pronunciadas por Jesus, realizando o maior e o mais estupendo dos milagres: o da transubstanciação do pão em seu corpo, sangue, alma e divindade.
Ninguém duvida, o Mestre acaba de realizar a grande promessa.
Entre nós, quando se dá cumprimento a um acontecimento memorável, este se anuncia com grande alarde, cerca-se de aparato, que o põe em destaque, descrevem-se-lhe com palavras elogiosas as belezas, os benefícios.
Jesus não quer fazer como os homens; Ele quer agir como Deus; ora, é próprio de Deus fazer uma grande obra com poucas palavras ou ações. O que Jesus vai fazer não é nada menos do que um ato criador. Sem discursos preparatórios, sem explicações elogiosas, Ele toma o pão, e o transforma em seu próprio corpo.
A palavra divina realiza o que significa . No começo do mundo, Deus havia dito: Faça-se a luz ! e a luz surgiu do nada!
Sobre o túmulo de Lázaro, morto e sepultado, Jesus havia dito: Lázaro, sai! e Lázaro voltou à vida.
Sobre o cadáver do jovem de Naím, Jesus havia dito :Jovem, levanta-te! e o mancebo reviveu.
Aqui, Jesus diz simplesmente sobre o pão, que tinha nas mãos: Isto é o meu corpo! e é verdadeiramente o seu corpo adorável, real , vivo, capaz de multiplicar-se infinitamente.
Que simplicidade! Que clareza nestas palavras! Que ausência de fraseados! Que autoridade divina!
Sente-se no tom da voz, na majestade, na ausência de palavras supérfluas, que tal frase é criadora. Disse; e isto é!
Nenhuma objeção é possível. É a clareza do raio, e o espírito atemorizado nada tem a objetar, disse um dos fundadores do protestantismo, Melanchtort, num momento de sinceridade.
Quando o Salvador propõe comparações, parábolas, usa de expressões tão claras que sejam compreendidas por todos.
Aqui, sem nada preparar, suavizar, explicar nem antes, nem depois, Ele disse simplesmente: Isto é o meu corpo! e é verdadeiramente o seu corpo adorável.
II – O AMOR QUE A INSPIROU
O mistério da presença real de Jesus Cristo é tão grande, que deslumbra o espírito humano.
Pensar que Deus vai mudar esta Hóstia em sua própria substância, que vai ficar no meio dos homens, que pretende ser o alimento das suas almas!
Mas, em recompensa de que, Jesus opera tal milagre? Que é que fez o mundo para Jesus, para merecer tal recompensa?
Quando o doce Menino, o Filho de Deus, o … Verbo Eterno baixou à terra, este mundo o recebeu e o hospedou do modo pior possível, num estábulo, entre dois animais; e no fim da sua vida, há-de pregá -lo vivo numa cruz, entre dois Ladrões.
Um Herodes procurou dar-lhe a morte, e outro Herodes o fará passar por louco. Uns tentaram precipitá-lo sob um montão de·pedras. Ah ! Senhor, será possível, que após tais maus tratos, insultos e blasfêmias, instituas para os homens, um Sacramento tão inefável! tão divino!
Tu. Senhor, que és o pão dos anjos, tu consentirás em tornar-te o pão dos ingratos? Ah! lembra-te, Senhor, do que disseste um dia à Cananéia:: Não é bom tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cães (Mateus XV 2 6) .
Como é que tua majestade e santidade podem resolver·se a entrar na boca de um Judas? na alma de um Lutero? no peito de um Voltaire, nas entranhas de um Calles?
Como é possível que te sujeites a qualquer Sacerdote, por indigno que seja, baixando ao menor sinal dele, do seio de teu Pai, até as mãos impuras?
Meu Deus! que mistério insondável! E este mistério chama -se: o amor de Deus para com os homens.
Fonte: Pe Julio Ma de Lombaerde_O Evangelho das Festas Litúrgicas
****
Receba conteúdos diários sobre a devoção ao Sagrado Coração de Jesus
Acesse aqui e faça sua inscrição em nossa Newsletter ou clique na imagem abaixo: