Jesus Menino toma sobre si todos os pecados dos homens. Entenda!
Jesus Cristo quis não somente tomar a aparência de pecador, senão ainda tomar sobre si todos os pecados dos homens e satisfazer por eles, como se fossem os seus próprios.
Desde criança viu em particular todos os pecados, de cada um de nós, e aquela vista cruciou-lhe a alma muito mais, do que em seguida a crucificação e a morte cruciaram-lhe o corpo.
Eis ai a bela maneira de que recompensamos o amor de nosso divino Salvador.
Considera que o Verbo divino, fazendo-se homem, não somente quis tomar a aparência de pecador, mas ainda tomar sobre si todos os pecados dos homens e satisfazer por eles, como se fossem os seus próprios: Iniquitates eorum portabit – Tomará sobre si as iniquidades deles;
Acrescenta Cornelio a Lapide: ac si ipse ea perpetrasset – como se eles mesmo as tivesse cometido.
Consideremos aqui como o Coração de Jesus Menino, já então carregado de todos os pecados do mundo, se devia sentir oprimido e angustiado, vendo que a justiça divina exigia dele plena satisfação.
Ele conhecia bem a malícia de cada pecado, por quanto na luz da Divindade que sempre o acompanhava, conhecia, imensamente melhor do que todos os homens e todos os anjos, a bondade infinita de seu Pai, e o seu infinito direito a ser respeitado e amado.
E via diante de si, como que em longas fileiras, uma multidão inumerável de pecados, a serem cometidos por aqueles mesmos homens, pelos quais deveria padecer e morrer.
Uma vez o Senhor deixou ver a Santa Catarina de Genova a podridão de um só pecado venial. Foi tão grande o espanto e a dor da Santa, que caiu sem sentidos em terra.
Ora, qual não deve ter sido a aflição de Jesus Menino, quando, no mesmo instante em que baixou à terra, viu posta diante de si a multidão imensa de todos os delitos humanos, pelos quais deveria satisfazer! – Então viu em particular todos os pecados de cada um de nós.
Diz o Cardeal Hugo, que os algozes o fizeram padecer exteriormente, crucificando-o; mas nós interiormente, cometendo o pecado – focerunt eum dolere extrinsecus, crucifigendo; sed nos peccando, intrinsecus.
Quer dizer que cada pecado nosso afligiu mais a alma de Nosso Senhor Jesus Cristo, do que a crucificação e a morte lhe afligiram o corpo. Eis ai a bela maneira de que cada um que tem lembrança de haver ofendido o Salvador com pecados mortais, lhe recompensou o divino amor.
(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I: Desde o Primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa Inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 45-48)
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