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Maria, ao pé da cruz, é a imagem mais perfeita do sofrimento heroico e resignado, é modelo de paciência, exemplo para nossa alma tão fraca e tão avessa à dor.
“Stabat”, “De pé” – diz o Evangelho.
Eis o lastimoso estado de Jesus Cristo moribundo, descrito por Nossa Senhora, nas revelações de Santa Brígida:
“Estava – diz a Virgem – o meu querido Jesus pregado ao madeiro, saturado de tormentos e agonizante.
Seus olhos encovados, semicerrados e sem brilho. Os lábios pendentes e a boca aberta. As faces, descarnadas e pregadas aos dentes. Triste o rosto.
A cabeça pendia-lhe sobre o peito e os cabelos, negros de sangue já coagulado e sujo. O ventre unido aos rins, braços e pernas esticados e o corpo coalhado de sangue”.
E todo esse martírio de Jesus se refletia em Maria.
“Quem estivesse no Calvário – diz São João Crisóstomo – veria dois altares, onde se consumavam dois grandes sacrifícios; um era o corpo de Jesus, o outro o coração de Maria”
“Ou melhor – diz São Boaventura – só havia um altar, a cruz, onde a Mãe era sacrificada com o Cordeiro Divino”
O consolo das mães, na doença dos filhos, é poder ajudá-los, socorrê-los com todo o carinho e mil indústrias e remédios, até a morte.
Ah! Que alívio Nossa Senhora podia dar a Jesus? Ouvia blasfêmia, insultos.
Seu Divino Filho morre desolado, num oceano de dores!
Dizei-me se poderá haver uma dor igual? Videte si est dpçpr sicut dolor meus?
E Maria a dar-nos o exemplo, heroica, firme, sempre de pé, “Stabat”!…
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Fonte: Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 149.
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