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Nosso Senhor Jesus Cristo mostra com três parábolas:
A da ovelha tresmalhada, a da dracma perdida e a do filho pródigo;
Que assim agia porque a misericórdia de Deus é infinita.
E Deus é infinitamente misericordioso porque conhece a fundo a nossa miséria.
Como a meditação destas parábolas é confortadora para os pecadores arrependidos!
O Nosso Pai do céu espera o pecador com paciência, busca-o com solicitude e recebe-o quando arrependido, com grande alegria.
É bom ler todas estas três parábolas.
Encontram-se no Evangelho de São Lucas XV, 1-32.
Quanto a parábola do filho pródigo, há três partes distintas:
A partida, os desmandos e a volta do filho pródigo.
Vamos meditar aqui apenas a terceira parte.
A primeira operação da graça na conversão do pecador é pôr-lhe à vista os seus pecados.
Ela descobre-lhe o profundo abismo em que caiu, e inspira-lhe o desejo de sair dele.
O filho pródigo entra em si.
Faz, digamos assim, um exame de consciência.
Ai! andava fora de si, havia muito tempo; até onde o tinham arrastado as suas paixões!
Entra em si.
Uma luz viva lhe dissipa as trevas; a ilusão cessa.
Vê as coisas como são; já não exagera o valor dos gozos criminosos que tanto desejou.
“Onde estou, diz ele consigo mesmo, e que fiz eu?
Que significam estes vestidos esfarrapados, esta ocupação, esta fome?
Que foi feito das minhas riquezas, da minha liberdade, da minha consciência, da minha honra?
Casa paterna, não te tornarei a ver jamais?
Quão longe estão de mim esses belos dias, em que, nada tendo a exprobrar-me, nada tinha a temer!
Agora, a minha companhia são animais imundos; a mais dura escravidão, eis o meu estado;
Viver na miséria, eis a minha triste sorte.
Quanto invejo a vossa sorte, ó servos de meu pai!
A sua bondade previne os vossos pedidos, tendes em sua casa a abundância e eu, seu filho, morro aqui de fome.
A graça prepara assim a conversão de uma alma extraviada; esclarece-a, ilumina-a.
Ao pecador, diz o Espírito Santo:
“Pobre filho, onde estás”, como Deus perguntou a Adão logo que este pecou e procurou se esconder envergonhado: “Adão, onde estás, que fizeste?”
Deus derrama uma luz penetrante na sua alma; força-o a lembrar-se do estado de graça, do dia feliz da primeira comunhão.
Então ele era tão feliz! Que doce paraíso estar com Jesus! Ah! que mudança terrível!
Dantes, vencedor do demônio; hoje, seu mais desgraçado escravo.
Antes alimentava-se com a própria Carne de Jesus pela comunhão.
O pecador, cheio de amargura, atormentado pelos remorsos, pode dizer como o filho pródigo:
“Quantos diaristas há na casa de meu pai, que têm pão em abundância e eu aqui morro de fome!”
Quantos conhecidos e parentes têm a consciência em paz;
Gozam santamente com as práticas religiosas, principalmente com a sagrada comunhão, nada lhes falta na casa de Deus; e eu, pereço de fome!
Para fazermos estas reflexões, tínhamos deixado o filho pródigo sentado debaixo de uma árvore, cabeça baixa, derramando lágrimas, na companhia imunda dos porcos.
Agora, voltemos a ele novamente.
Envergonhado do passado, receoso do futuro, enche-se de generosidade, e decide-se reparar seus erros.
Seu coração está contrito e humilhado! Diz:
“Levantar-me-ei, irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.
Trata-me como um dos teus diaristas”.
E não perdeu tempo! Foi generoso!”E levantando-se foi para seu pai.
Continua…
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Fonte: fratresinunum.com
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