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Vamos agora falar sobre a esperança. Há uns neste mundo que esperam demais, e outros que não esperam bastante. Há uns que dizem:
“Vou ainda cometer este pecado. Não me custará mais confessar quatro do que confessar três”.
É como se um menino dissesse ao pai: “Vou dar no sr. quatro bofetadas; não me custará mais do que dar uma; ficarei quite com o sr. pedindo-lhe perdão”.
Aí está como se age para com Deus. Diz-se: “Vou ainda me divertir este ano, ir à dança, ao cinema, e no ano próximo me converterei. Quando eu quiser voltar a ele, o bom Deus por certo me receberá.
Ele não é tão mau quanto os padres dizem”. Não, o bom Deus não é mau, porém é justo. Julgais que Ele se acomodará a todas as vossas vontades?
Acreditais que, depois de O desprezardes toda a vossa vida, Ele se vos vá salva? Não!… Há uma medida de graça e de pecado no fim da qual Deus se retira.
Que diríeis de um pai que tratasse do mesmo modo um filho bem procedido e outro que o não fosse tanto? Haveríeis de dizer: “Esse pai não é justo”.
Pois bem! Deus não seria justo se não fizesse diferença entre os que o servem e os que o ofendem.
Presentemente há tão pouca fé no mundo, que ou se espera demais ou se desespera.
Há uns que dizem: “Tenho feito demasiado mal; Deus não me pode perdoar”. Isto é uma grossa blasfêmia; é pôr limite à misericórdia de Deus, e ela não tem limites; é infinita.
Ainda quando tivésseis feito tanto mal quanto preciso para perder uma cidade, se vos confessardes se estiverdes pesarosos de haver feito esse mal e não o quiserdes tornar a fazer, o bom Deus vo-lo perdoará.
Havia uma vez um padre que pregava sobre a esperança e sobre a misericórdia de Deus. Tranquilizava os outros, mas ele próprio se desesperava.
Depois do sermão apresentou-se um moço que lhe disse: “Meu padre, venho confessar-me”. O padre lhe disse: “Estou pronto para confessá-lo”.
O outro fez-lhe a confissão das suas culpas, depois do que acrescentou: “Meu padre, eu cometi muito mal, estou perdido!… — Que está dizendo, meu amigo? nunca se deve desesperar…”
O jovem levanta-se: “Meu padre, o sr. não quer que eu desespere; e o sr?… ” Foi um raio de luz; o padre, todo admirado, enxotou aquele pensamento de desespero, e foi um grande santo…
O bom Deus lhe enviara um anjo sob a forma de um jovem, para lhe fazer ver que não se deve desesperar.
O bom Deus é tão pronto em conceder-nos o perdão, quando nós Lhe pedimos, como uma mãe é pronta em retirar o filho do fogo.
Reparai. Nosso Senhor é na terra como uma mãe que carrega o filho nos braços.
Esse filho é mau, dá pontapés na mãe, morde-a, arranha-a; porém, a mãe nem sequer presta atenção; sabe que, se o largar, ele cairá, não poderá andar só…
Aí tendes como é Nosso Senhor... atura todos os nossos maus tratos; suporta todas as nossas arrogâncias; perdoa-nos todas as tolices; tem pena de nós contra a nossa vontade.
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Fonte: Retirado do livro Espírito do Cura D’Ars de Abbé A. monnin.
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2 respostas
Deus nos ama e faz tudo pra nos perdoar. Agora precisamos fazer a nossa parte.
Senhor perdoe minhas falhas e meus pecados, quero sempre servir-te de todo meu coração, fortalecei-me e estruturai-me em teu amor, não me deixes mais cair nas tentações do inimigo, quero servir-te por toda minha vida.