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O Dia de Finados
É o dia dos fiéis defuntos em toda Igreja. Uma lembrança dos que já passaram e dormem o sono da paz. Qui dormiunt in somno pacis.
Toda a Liturgia recorda o dogma do purgatório e pede-nos orações pelos nossos mortos.
A Igreja se cobre de luto e os sacerdotes podem, neste dia, celebrar três vezes o Santo Sacrifício.
As multidões afluem aos cemitérios. É a lembrança de nossos mortos despertada. Avivam-se as saudades.
Finados! Dia dos mortos!
Lembramo-nos deles apenas com algumas flores e umas lágrimas que com o tempo se vão estancando, ou procuramos sufragar-lhes as pobres almas que talvez ainda estejam sofrendo no purgatório?
Este dia nos foi dado pela Igreja, não para as pompas e manifestações de um sentimentalismo estéril, mas para sufrágio dos mortos.
Como se esquecem disto muitos cristãos!
Multidões que enchem os cemitérios, sorrindo e até brincando muita vez, sem orações, sem um pensamento sobrenatural dos mortos!
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Santifiquemos este dia.
Seja, sim, o dia da nossa saudade, mas principalmente seja o do nosso sufrágio.
A Igreja, nossa Mãe, neste dia abre-nos os tesouros das suas indulgências em favor dos mortos.
Permite a celebração das três Santas Missas desde a Constituição Apostólica de 15 de Agosto de 1915, de Bento XV.
Duas Missas pertencem: uma aos fiéis defuntos em geral e outra nas intenções do Sumo Pontífice. Concede uma grande indulgência, semelhante à da Porciúncula, em favor dos defuntos.
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Aos que visitarem uma igreja ou oratório público ou semi-público, indulgência plenária cada vez aos que entrarem na igreja e rezarem seis Padre-Nossos e seis Ave-Marias;
Nas intenções do Sumo Pontífice, contanto que tenham se confessado e recebido a Santa Comunhão. (P. P. O. 544.)
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Que tesouro de indulgência em favor das pobres almas!
Mais ainda, todas as Santas Missas celebradas no dia de finados pelos mortos, e durante a oitava gozam do altar privilegiado.
A visita ao cemitério também neste dia tem uma indulgência plenária.
Porque nos abre assim a Igreja estes tesouros? Para nos estimular a devoção aos mortos e o zelo pelo sufrágio das almas.
Tudo no Ofício Divino deste dia nos fala da miséria humana, pelas lamentações dolorosas de Jó, e repetem gemidos que parecem vir das profundezas do abismo:
Miseremini mei! miseremini mei! Saltem-vos amici mei quia manus Domini tetigit me! Tende piedade de mim, tende piedade de mim, pelo menos vós que sois meus amigos, porque a mão de Deus me feriu.
Sim, a mão da Justiça de Deus feriu as pobres almas para santificá-las, purificá-las e torná-las dignas do céu.
Com a Igreja, nossa Mãe vestida de luto, vamos chorar nossos mortos, e, rezando por eles, reafirmar nossa fé na imortalidade de nossa alma e na ressurreição da carne.
Digamos de coração:
“Requiem aeternam dona eis Domine, et lux perpetua Iuceat eis.” Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno, e brilhe para elas a luz perpétua!
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Fonte: Do livro “Tenhamos compaixão das pobres almas! 30 meditações e exemplos sobre o Purgatório e as Almas” de Mons. Ascânio Brandão.
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Coloque suas intenções na Missa de Finados.
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