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Já que Nosso Senhor nos convida a ser pequenos, a imitar as criancinhas para obtermos o reino do céu, entremos na Pequenina Via da Infância Espiritual.
“O que agrada a Jesus em minha alma, escreve Santa Teresinha;
É me ver amar a minha pequenez e minha pobreza, é a esperança cega que eu tenho em sua misericórdia”.
Destas palavras, podemos concluir que para entrar na Via da Infância Espiritual é preciso:
Reconhecer e amar a nossa pequenez e pobreza e ter uma confiança cega na misericórdia do Coração de Jesus.
O grande obstáculo do progresso da alma no caminho, na perfeição,
é o orgulho.
Dentre as inumeráveis doenças morais que sofre a Humanidade, uma das mais estranhas e enraizadas, diz o Pe. Desurmont, é a que se poderia chamar:
O espírito da suficiência.
“De nada preciso, eu me sou suficiente; Deus não me é necessário, nada tenho que lhE pedir!
Eis o homem, eis o fundo do seu coração, tal como o pecado o fez”.
Quase ninguém quer ser pequeno e pobre, ainda mesmo na vida espiritual.
E isso seca a fonte das graças divinas na alma.
Deus só fala aos humildes, aos pequeninos, e só a eles revela os Segredo do Seu Coração.
Devemos reconhecer o nosso nada, a nossa miséria, a nossa pobreza diante de Deus;
Que é a própria grandeza e sem o qual nada podemos.
Combatamos em nós o espírito de suficiência.
É Jesus que faz tudo em mim, dizia Santa Teresinha, e eu nada mais faço que ser pequena e fraca.
O Todo Poderoso fez em mim grandes coisas e a maior é me ter mostrado a minha pequenez, a minha impotência para todo o bem.
Reconhecer-se pequeno e pobre é, sem dúvida, a primeira condição para entrarmos na via da Infância espiritual. Não basta só reconhecer.
É preciso também amar esta pobreza e pequenez.
“Eu não me aflijo, vendo-me fraca, ao contrário, diz a nossa santinha, eu me glorio desta fraqueza;
E espero cada dia descobrir em mim novas imperfeições. É minha fraqueza que faz minha força”.
Aliás não é esta a doutrina de São Paulo?
E podemos alimentar o desejo de salvarmos a nossa alma;
Se em nosso coração não combatermos o espírito de suficiência, inimigo perigoso da virtude e de todo o bem em nós?
Sejamos pequenos e pobres diante de Deus, reconheçamos e amemos a nossa fraqueza.
“Porque eu era pequena e fraca, disse Teresinha, Jesus se abaixou até mim e me instruiu docemente nos segredos do Seu Amor”.
Quando uma alma se vê miserável e fraca, não quer mais se considerar; olha tão somente o Seu único bem amado.
Eis a consequência do conhecimento e amor da nossa fraqueza: a confiança cega na misericórdia do coração de Jesus.
Nada somos, nada podemos, nada temos!
Que nos resta senão confiar cegamente naquele que tudo fará por nós no caminho da perfeição?
Como a criancinha que nada faz sem os pais, assim devemos ser na vida espiritual.
O Pai Celeste, que invocamos todos os dias no Padre-Nosso;
Nos tomará nos braços e nos dará o pão de cada dia, se formos pequeninos pela humildade, e confiarmos cegamente na bondade do seu Coração Divino.
Jesus fará tudo em nós e por nós se estas forem as disposições de nossa alma para com Ele.
“Tudo se obtém de Deus quando se espera d’Ele”.
É a confiança, é só a confiança que nos deve conduzir ao Amor, repetia Teresinha sempre.
E o amor é tudo, é a essência da perfeição.
Para entrar na via da Infância espiritual não é necessário fazer prodígios.
Basta ser humilde, pequeno, pobre, e ter bastante confiança no Coração de Jesus.
Estas duas condições são indispensáveis, e cumprindo-as fielmente, não tenhamos dúvida, poderemos seguir os passos de Teresinha;
Isto é, poderemos ser santos.
Como é fácil, doce e suave a via da Infância espiritual!
Não é o jugo doce e suave de que Jesus nos fala no Evangelho?
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Fonte: “A Via da Infância espiritual na escola de Santa Teresinha” – Mons. Ascânio Brandão.
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