O Memorável Encontro de São Francisco Xavier com o Daimyo de Yamaguchi
Poucos episódios na história da Igreja ressoam com tanto drama e significado quanto o segundo encontro de São Francisco Xavier com o daimyo de Yamaguchi.
Foi um momento decisivo para a missão cristã no Japão e um testemunho eloquente do poder da prudência, da generosidade e da fé.
Preparação e Determinação: A Rota para o Daimyo
Depois de um início frustrante em Yamaguchi, onde fora recebido com desconfiança, Xavier decidiu tentar novamente.
Ele compreendeu que, para convencer o daimyo Yoshitaka, precisaria de uma abordagem mais digna e estratégica.
Dessa vez, Xavier se apresentou como um verdadeiro embaixador.
Ele trajava sedas luxuosas e trouxe presentes extraordinários, como um relógio musical, telescópios, espelhos e uma arma ornamentada.
Além disso, exibiu cartas de prestígio de autoridades como o rei João III de Portugal e o Papa Paulo III.
“A confiança conquista onde a força falha”, poderia ser o lema deste ousado missionário.
Imagem sugerida: Os presentes sendo exibidos no palácio do daimyo, com cortesãos maravilhados ao redor.
O Encontro: Fé, Astúcia e Cortesia
Ao adentrar o palácio de Yoshitaka, Xavier foi recebido com reverência.
Os presentes e as credenciais o apresentaram não mais como um estrangeiro qualquer, mas como um emissário digno de atenção.
O padre Xavier foi “vestido em seda como embaixador da Índia.”
O daimyo, impressionado com a novidade dos presentes e a elegância da apresentação, escutou atentamente o pedido de Xavier.
O missionário, com humildade e firmeza, solicitou apenas duas coisas: o direito de pregar o Evangelho e a liberdade para os japoneses escolherem sua fé.
Yoshitaka, tocado pela postura de Xavier, não apenas concedeu ambos os pedidos, mas também ofereceu proteção aos padres jesuítas e lhes deu um mosteiro vazio para que pudessem usar como residência.
Esse gesto não só abriu as portas para a evangelização, mas também garantiu que os missionários tivessem um local seguro para trabalhar.
Desafios e Primeiros Frutos: Um Campo Fértil e Perigoso
Com a permissão do daimyo, a pregação começou.
O mosteiro tornou-se um centro de intensa atividade, atraindo pessoas de todas as classes sociais, curiosas sobre a nova fé e fascinadas pelo conhecimento científico de Xavier.
Apesar disso, os desafios eram enormes.
Os monges budistas da seita Zen, conhecidos como bonzes, foram os maiores opositores de Xavier.
Eles não apenas o confrontavam em debates, mas também espalhavam mentiras, associando a nova religião a calamidades recentes.
Entretanto, a paciência de Xavier foi recompensada.
Após meses de esforços, os primeiros convertidos apareceram, incluindo antigos adversários que se tornaram fervorosos cristãos.
A coragem de Xavier diante das adversidades e sua devoção ao Sagrado Coração de Jesus inspiraram muitos a abraçar a fé, apesar dos perigos.
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