Primeiramente, os carmelitas, no final do século XII, decidiram formar uma comunidade no Monte Carmelo. Este lugar é conhecido pela sua beleza natural. O nome “Carmelo” significa “jardim”.
Os primeiros monges eram cavaleiros cruzados. Cansados da violência e injustiça das guerras para conquistar a Terra Santa dos mouros, eles se refugiaram no Monte Carmelo. Aliás, sles buscavam uma vida mais autêntica e evangélica. Sendo assim, atraídos pela fama e tradição do profeta Elias, fundaram uma capela no monte. Ao redor dela, construíram seus quartos ou “celas”.
A capelinha foi dedicada à Virgem Maria. Sob sua proteção, os monges dedicaram-se à imitação de suas virtudes, procurando uma vida centrada em Deus. Por isso, eles chamaram Maria de “Senhora” do lugar, seguindo os costumes feudais. Assim, os carmelitas, homens simples e irmãos sem muita instrução, dedicaram-se de corpo e alma à sua devoção.
Aliás, os peregrinos e cruzados que os visitavam começaram a chamá-los de Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo. Então, qsse título foi dado devido à capela dedicada a Maria, que era a figura central na vida daqueles monges. Eles levavam uma vida contemplativa, a serviço do Senhor, a exemplo de Elias.
A Aprovação Papal e a Difusão da Ordem
Com o tempo, os irmãos viajaram à Europa. Eles foram a Roma para pedir ao papa a aprovação da nova Ordem. Em 1226, o Papa Honório III concedeu a aprovação oficial da Igreja à Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.
Na Inglaterra, os irmãos fundaram um mosteiro em Aylesford. Ali, procuraram imitar a vida deserta do Monte Carmelo. Esse lugar de beleza natural era próprio para a prática da oração e a vida de reflexão e meditação. Aqui começou uma nova época na vida dos irmãos da Virgem Maria.
A Aparição de Nossa Senhora do Carmo
Na Inglaterra, os irmãos enfrentaram desafios. Vindos de um deserto na Palestina, com suas tradições e hábitos distintos, não foram aceitos pelos outros religiosos e eclesiásticos. Portanto, estes os menosprezavam, dizendo que a Europa já possuía muitas ordens religiosas e não precisava de mais uma.
O que os carmelitas queriam era viver em paz e continuar sua vida de oração e trabalho. Ou seja, lutaram pela sua sobrevivência. Aliás, o Prior Geral dos Carmelitas, São Simão Stock, recorreu à oração. Ele era conhecido por sua intensa oração, devoção e amor à Mãe do Carmelo, a Virgem Maria.
A tradição diz que, em 16 de julho de 1251, São Simão, mergulhado em oração, pediu à Virgem Maria a proteção sobre seus vassalos em tempos de perseguição e dificuldades. Durante a oração, a própria Virgem Maria apareceu a ele, rodeada de anjos. Ela entregou-lhe o Escapulário e disse:
“Recebe, meu filho amado, este Escapulário de tua Ordem, sinal de meu amor, privilégio para ti e para todos os carmelitas: quem com ele morrer, não se perderá. Eis aqui um sinal da minha aliança, salvação nos perigos, aliança de paz e de amor eterno”.
Depois disso, São Simão chamou todos os frades e explicou o que havia acontecido. Além disso, eles acrescentaram o Escapulário ao hábito e começaram a divulgar essa maravilhosa aventura da Virgem Maria para ajudar os carmelitas.
O Escapulário: Sinal de Proteção e Milagres
Desde então, o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo tem sido um símbolo poderoso de devoção e proteção. A Virgem Maria, ao entregar o Escapulário a São Simão Stock, fez promessas especiais para aqueles que o usassem com fé e devoção. Ela declarou:
“Recebe, meu filho amado, este Escapulário de tua Ordem, sinal de meu amor, privilégio para ti e para todos os carmelitas: quem com ele morrer, não se perderá. Eis aqui um sinal da minha aliança, salvação nos perigos, aliança de paz e de amor eterno”.
Este símbolo de proteção se manifesta de várias formas na vida dos fiéis. Aliás, a promessa de que “quem com ele morrer, não se perderá” oferece um consolo espiritual imenso.
Ela garante a intercessão da Virgem Maria na hora da morte. Essa garantia celestial é reforçada pela promessa do privilégio sabatino. Nossa Senhora promete livrar do purgatório, no primeiro sábado após a morte, aqueles que usarem o Escapulário com devoção, viverem em castidade segundo seu estado de vida e recitarem as orações apropriadas.
São João Paulo II, devoto fervoroso do Escapulário, afirmou que ele é um “sinal de consagração ao Coração Imaculado de Maria”.
Ele reforçou sua importância como instrumento de graça e proteção divina.
Milagres associados ao uso do Escapulário são inúmeros e inspiradores. Sendo assim, foi em 1845, durante uma terrível tempestade no mar, um navio estava prestes a naufragar. Entre os passageiros, havia um sacerdote carmelita que distribuiu escapulários para todos a bordo.
Então, milagrosamente, as ondas se acalmaram e o navio chegou seguro ao seu destino. Esse evento milagroso foi apenas um entre muitos que demonstram a poderosa intercessão de Nossa Senhora do Carmo.
O Papa Pio XII destacou que “o Escapulário é um penhor de proteção e um sinal de paz”. Este sentimento de segurança espiritual é partilhado por muitos santos e devotos. Santa Teresa de Lisieux, por exemplo, testemunhou a importância do Escapulário, considerando-o um “seguro de salvação” e não se separava dele.
Além disso, inúmeros relatos de fiéis atestam curas milagrosas, proteção contra perigos físicos e espirituais, e consolos em momentos de aflição. A Virgem Maria, através do Escapulário, continua a manifestar seu amor materno e sua proteção constante sobre todos aqueles que o usam com fé.
Portanto, o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo não é apenas um símbolo religioso. Ele é uma verdadeira armadura espiritual, protegendo e guiando aqueles que o usam com devoção. É um testemunho do amor eterno da Mãe do Céu e um sinal tangível da sua promessa de intercessão e proteção aos seus filhos na Terra.
As Aparições de Fátima e a Devoção a Nossa Senhora do Carmo
No dia 13 de outubro de 1917, na última aparição na Cova da Iria, em Fátima, a Virgem Maria uniu três devoções marianas. Aliás, Ela destacou a espiritualidade do Escapulário, a oração do Santo Rosário, e a consagração ao seu Imaculado Coração.
Logo após a aparição, os três pastorinhos de Fátima tiveram visões. Na primeira, ao lado de São José, apareceu Nossa Senhora do Rosário, com o Menino Jesus ao colo. Em seguida, surgiu como Nossa Senhora das Dores, junto com seu Filho, o Homem das dores, que passava por grandes sofrimentos. Aliás, na terceira e última visão, gloriosa e coroada como Rainha do Céu e da Terra, a Santíssima Virgem apareceu como Nossa Senhora do Carmo, tendo o Escapulário à mão.
A Irmã Maria Lúcia do Imaculado Coração, carmelita como São Simão Stock, disse que o Escapulário agrada o Coração da Virgem Maria. Por isso, deseja que esta devoção seja propagada.
Então, consequentemente, podemos dizer que usar o Escapulário é tão importante quanto a recitação diária do Terço Mariano. Segundo Lúcia, “o Terço e o Escapulário são inseparáveis!”
Fonte: www.adf.org.br
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