O que tem a ver uma chacina macabra ocorrida em 17 de maio de 2024 na Zona Oeste da capital paulista com a devoção ao Sagrado Coração de Jesus? Muito. Aliás, vamos analisar a seguir. Essa Tragédia familiar em São Paulo tem relação importante para ser mantida na memória.
Duas promessas feitas por Nosso Senhor Jesus Cristo a Santa Margarida Maria Alacoque têm ligação direta com o assunto que vamos comentar:
1ª) Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
2ª) A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.
Na tenebrosa matança, da qual vamos debater os detalhes, não se percebeu paz, a promessa tranquilizadora do Coração de Jesus. Além disso, no morticínio horripilante, houve maldição, nenhuma bênção, e o auxílio reconfortador prometido pelo Filho de Deus.
Isso parece indicar, sem juízo de valor e sem externar recriminação, que infelizmente aquele ambiente estava distante dos ares prometidos pelo Sagrado Coração de Jesus, que tantas vezes, ao longo dos séculos, existiu e regenerou famílias.
Vamos relembrar os fatos sobre a Tragédia em São Paulo…
Na Zona Oeste de São Paulo (Vila Jaguara – capital), em uma família de posses medianas e pacata, no dia 17 (sexta-feira), um adolescente de 16 anos (filho adotado) surrupiou a arma do pai, o Sr. Isac Tavares Santos, uma pistola de 9mm, pertencente à corporação onde trabalhava.
Ele testou-a no colchão da cama do casal e abateu-o traiçoeiramente pelas costas, na cozinha da casa, com um tiro certeiro na nuca, logo depois de sua chegada à casa, por volta das 13h30. O pai, guarda municipal no destacamento florestal de Jundiaí, havia acabado de buscar a filha no colégio.
A seguir, o frio patricida subiu ao primeiro andar e chacinou a irmã com um tiro no rosto. Em seguida, almoçou ao lado do cadáver do pai. Ele esperou serenamente a mãe, que chegou em casa às sete da noite, abriu-lhe solícito a porta da garagem e a matou da mesma forma, com um tiro da mesma pistola.
No outro dia, esfaqueou o cadáver da mãe pelo menos duas vezes, “por ódio”. Essa ferocidade hedionda é particularmente traumatizante, pois as mães geralmente são as mais poupadas e respeitadas em situações de tragédia. No caso dele, não: um tiro no pai, um tiro na irmã, um tiro na mãe e duas facadas no outro dia sobre seu cadáver em decomposição.
Ele afirmou, de forma monótona, que gostava da irmã, mas temia que ela quisesse defender a mãe. Por isso, precisava ser eliminada. O grande objeto do ódio foi a mãe. Tudo valia para puni-la.
No sábado, o matricida foi tranquilo à padaria comprar pão. Só no domingo à noite, telefonou para o 190 e confessou o crime em detalhes e sem arrependimento, afirmando que faria o mesmo outra vez. Ele justificou o motivo: os pais o haviam chamado de “vagabundo” e, como castigo, proibiram o uso do celular e do computador.
Todo o crime dessa tragédia havia sido planejado por ele na quinta-feira, dia 16.
Ele confessou que, depois de almoçar ao lado do cadáver do pai, foi malhar na academia, mas retornou à casa antes de a mãe chegar, pois queria matá-la.
Depois de executá-la, seguiu a rotina da malhação na academia e das refeições. Encaminhado à delegacia, o caso foi registrado como ato infracional por homicídio, feminicídio, posse e porte ilegal de arma de fogo, e vilipêndio de cadáver. Ele está internado na Fundação Casa.
A polícia e o Ministério Público vão requerer os exames médicos de praxe no caso, que são indispensáveis para determinar o grau de consciência (culpabilidade) e medidas judiciais subsequentes.
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Um ponto salta logo ao espírito. O lugar menos apropriado e mais inesperado para uma tragédia assim é a família.
No entanto, foi ali que aconteceu o horror quase impensável, como símbolo gritante da loucura dos dias atuais, em que a família, atacada por todos os lados, especialmente pela irreligiosidade, vai afundando para sua destruição final, se nada interromper a marcha destruidora. Em uma penitenciária, em uma gafieira, em um botequim, em um pancadão funk, poder-se-ia imaginar um horror assim.
Mas na família? E ainda mais com um pai trabalhador, guarda municipal florestal, protetor da fauna e flora, uma mãe trabalhadora e uma filha estudiosa. Pelo que se pôde ler nas matérias divulgadas, nada se informou a respeito da religiosidade da família exterminada.
Tinha alguma prática? Era religiosa? Evangélica? Espírita? Católica? Fervorosa?
É importante e seria útil essa informação, mas de alguma maneira secundária à vista do quadro de conjunto.
O fato teve expressão, significado e simbologia universais. Refletiu a luminosidade sombria do evento prenunciativo. Além disso, chama para a reflexão, oração e espírito reparador, características sempre presentes no devoto do Sagrado Coração.