É provável, você terá aqui e ali ouvido comentário do tipo:
“Fulano de Tal está crescendo na vida, indo bem, família, emprego, negócios, sabe por quê? Porque sua mãe era muito boa, ajudava os outros, vivia na igreja rezando, Deus abençoa”.
Existe bênção, pode acontecer? Aqui está o nó:
Deus abençoa nos filhos, protegendo-os, as boas obras dos pais? Simples e direto, pode e acontece. De alguma maneira, bem longínqua, lembra um seguro de vida.
A pessoa paga agora em conduta de vida direita e retidão de intenções, Deus faz a sua parte, lá adiante, filhos, netos e bisnetos, recebem o prêmio.
Pagamentos diferidos por boas obras de hoje. Grande negócio (e ação virtuosa) para mães e pais que se preocupam muito com o futuro de sua prole. O que será deles no futuro? Aproveite a ocasião.
Vamos continuar andando em passo rápido no rumo da resposta. Resposta, esteja certo, que pode mudar nossa vida para melhor. De nossa família e descendentes. De fato, há fundamento bíblico nos fatos da vida diária, acima referidos, sentidos e comentados por tantas pessoas.
Logo nas páginas primeiras da Sagrada Escritura, livro do Êxodo, relato de que, após 400 anos de sujeição, os judeus cativos, comandados por Moisés, migravam do Egito rumo à Terra Santa, padecendo então 40 anos de caminhada dura pelo deserto.
Ali consta uma advertência especial, surge quando Deus indica seu comportamento habitual com pessoas e famílias, admoestação pertinente para nossa época; aviso que no seu âmago traz consolo e esperança, pontos centrais do artigo:
“Castigo a culpa dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração dos que me odeiam, mas uso da misericórdia por mil gerações com aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos”.
Por mil gerações, modo de dizer, como que indefinidamente. De outro modo, premia a conduta direita dos pais, abençoando os exemplos virtuosos nos seus filhos, netos e bisnetos.
É herança segura, intensamente desejada, que bons pais de família deixam aos filhos, bênçãos de Deus que se perpetuarão em netos e bisnetos.
Com efeito, a vida cotidiana nos mostra, não herdamos apenas propriedades. Existem patrimônios de natureza diversa, por vezes de maior valor que um imóvel, que no são legados. Um deles, o ambiente doméstico em que nos formamos.
Desse caldo de cultura, que alimenta as raízes da personalidade, depende, em larga medida, via de regra, o futuro dos filhos. Herdamos e nos marca pelos anos afora costumes da família, maneira de ver e sentir a vida, formas de se relacionar com familiares, amigos, conhecidos; até com adversários. O bom nome e a reputação, filho de peixe, peixinho.
“Olha, vou atender você de forma especial. Faço questão. Você não sabe, mas, lá atrás, em situação delicada, minha família afundando, eu nem era nascido, seu pai ajudou o meu. Segurou-o pela mão, puxou para cima, voltamos a navegar. Tenho a alegria de hoje poder ajudá-lo. Conte comigo sempre, aqui sempre estará à sua espera um amigo e um esteio”.
Outra, rumo inverso:
“Espero, você há de me compreender, não me leve a mal, mas não vou ajudá-lo. Não está em mim. Já faz muito tempo, minha mãe precisou muito de gente de sua família, situação de desespero, viraram as costas para ela e ainda a humilharam. A marca ficou fundo em mim. Não sai. Você é diferente, estou certo, mas procure outra pessoa para te ajudar. Boa sorte”.
São os ecos das ações humanas que vão repercutindo gerações afora.
Foi só a introdução, o melhor vem agora, a sugestão de que você se aproxime do Sagrado Coração de Jesus para ter no Céu o melhor protetor para si e seus familiares. Na história da Igreja, nenhuma devoção destacou mais o amor de Nosso Senhor pelos homens que a de seu Coração.
E nenhuma apontou mais a retribuição que teria o devoto se a ela se mostrasse fiel. Vamos lembrar agora, em duas palavras, traços fundamentais de como nasceu e floresceu. É devoção antiga, já praticada no período medieval por grandes místicos.
Mas foi só depois das aparições de Nosso Senhor, com o Coração à mostra, entre 1673 e 1675, a uma então desconhecida freira visitandina, hoje santa Margarida Maria Alacoque, que ela tomou uma nova forma, tornou-se popular e se espalhou pelo mundo todo. E por quê? Porque assim Nosso Senhor quis oferecer aos homens um instrumento especial de salvação e de proteção.
A quem a praticar com intenção reta, Cristo deixou em especial 12 promessas das quais hoje aqui destaco:
1ª) Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado;
2ª) Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias;
3º) Eu os consolarei em todas as suas intenções;
4ª) Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.
Por fim, hoje paro por aqui. Voltarei ao tema. Repito, para concluir: Se formos bons devotos do Sagrado Coração, além de nós, nossos filhos e nossos netos terão especiais proteções e bênçãos a vida toda.
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