Festa da Anunciação – As profecias da Salvação e a Dignidade da Santa Mãe de Deus
O tema central dos livros sagrados do Antigo Testamento é a chegada do Cristo e o estabelecimento do Reino de Deus entre os povos.
As profecias do Antigo Testamento envolvem todos os lados deste longo e complexo processo físico espiritual associado à vinda do Cristo.
O período das profecias messiânicas abrangeu muitos milênios, começando com os antepassados “Adão e Eva” e se estendendo até o término dos tempos, com a chegada do Nosso Senhor Jesus Cristo, no início de nossa era.
Nos livros do Antigo Testamento pode-se encontrar várias centenas de profecias a respeito do Messias e de Seu Reino abençoado.
Elas estão difundidas por quase todos os livros do Antigo Testamento, começando pelos Cinco Livros de Moisés e terminando com os últimos profetas Zacarias e Malaquias. O profeta Moisés, o rei Davi, os profetas Isaías, Daniel e Zacarias foram os que mais escreveram sobre o Cristo.
Profecias no livro de Moisés
O profeta Moisés, que viveu 1.500 anos antes do nascimento de Cristo, registrou em seus livros as mais antigas profecias sobre o Salvador do mundo.
Nossos antepassados Adão e Eva ouviram a primeira profecia sobre o Messias ainda no Éden:
“Porei inimizades entre ti e a Mulher, e entre a tua posteridade e a Posteridade Dela. Ela te pisará a cabeça, e tu armarás traições ao Seu calcanhar” (Gên.3:15).
Com estas palavras Deus deu a sentença do demônio e consolou nossos antepassados, com a promessa de que algum dia, um Descendente da Mulher abateria “a cabeça” da própria cobra-diabo, a qual os seduziu. Mas, diante disto o Próprio Descendente da Mulher sofreria por parte da cobra, a qual iria como que “armar traições ao Seu calcanhar,” isto é, iria Lhe proporcionar sofrimentos físicos (a Paixão).
A Segunda profecia sobre o Cristo é também encontrada no livro de Gênesis e fala sobre a “Benção” Dele, que se estenderá sobre todas as pessoas.
Isto foi dito ao justo Abraão, quando ele através de seu ato voluntário, ofereceu em sacrifício seu único filho Isaac, demonstrando sua extrema devoção e obediência a Deus. Então Deus, através de um Anjo prometeu a Abraão:
“E na tua descendência serão benditas todas as nações da terra, porque obedeceste à minha voz” (Gên.22:18).
No sacrifício, Abraão era o exemplo de Deus o Pai e Isaac o exemplo de Cristo o Deus Filho, O qual iria sofrer na Cruz. Este paralelo é mencionado no Evangelho, onde é dito:
“Porque Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu Seu Filho Unigênito, para que todo o que crê Nele, não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
Estas e tantas outras passagens do antigo testamento poderíamos citar sobre a vinda de Jesus Cristo. Vale muito a pena ressaltar também a dignidade de quem Deus escolheu por sua Mãe, Nossa Senhora, a Virgem Imaculada.
São Bernardo de Claraval já dizia sobre esta tão grande dignidade de Nossa Senhora em sua oração:
E o nome da Virgem era Maria (Lc. 1, 27). Falemos um pouco deste nome que significa, segundo diz, Estrela do mar, e que convém maravilhosamente à
Virgem Mãe. … Ela é verdadeiramente esta esplêndida estrela que devia se levantar sobre a imensidade do mar, toda brilhante por seus méritos, radiante por seus exemplos.
Ó tu, quem quer que sejas, que te sentes longe da terra firme, arrastado pelas ondas deste mundo, no meio das borrascas e tempestades, se não queres soçobrar, não tires os olhos da luz desta estrela.
Se o vento das tentações se levanta, se o escolho das tribulações se interpõe em teu caminho, olha a estrela, invoca Maria.
Se és balouçado pelas vagas do orgulho, da ambição, da maledicência, da inveja, olha a estrela, invoca Maria.
Se a cólera, a avareza, os desejos impuros sacodem a frágil embarcação de tua alma, levanta os olhos para Maria.
Se, perturbado pela lembrança da enormidade de teus crimes, confuso à vista das torpezas de tua consciência, aterrorizado pelo medo do juízo, começas a te deixar arrastar pelo turbilhão da tristeza, a despencar no abismo do desespero, pensa em Maria.
Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria.
Que seu nome nunca se afaste de teus lábios, jamais abandone teu coração; e para alcançar o socorro da intercessão dela, não negligencies os exemplos de sua vida.
Seguindo-A, não te transviarás; rezando a Ela, não desesperarás; pensando nela, evitarás todo erro.
Se Ela te sustenta, não cairás; se Ela te protege, nada terás a temer; se Ela te conduz, não te cansarás; se Ela te é favorável, alcançarás o fim.
E assim verificarás, por tua própria experiência, com quanta razão foi dito: “E o nome da Virgem, era Maria“.
Para ser a Mãe do Salvador, Maria “‘foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função”. No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça”. Efetivamente, para poder dar o assentimento livre de sua fé ao anúncio de sua vocação era preciso que ela estivesse totalmente sob a moção da graça de Deus.
Ao pronunciar o ‘fiat” (faça-se) da Anunciação e ao dar seu consentimento ao Mistério da Encarnação, Maria já colabora para toda a obra que seu Filho deverá realizar. Ela é Mãe onde Ele é Salvador.
O Anjo do Senhor anunciou a Maria.
E Ela concebeu do Espírito Santo.
Eis a escrava do Senhor.
Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra.
E o Verbo divino encarnou.
E habitou no meio de nós.
Por Maria, Cristo veio ao mundo. Só por Maria se vai do mundo até Cristo.
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