Você conhece as preciosas tradições natalinas?
Desde a primeira noite de Natal, o Nascimento de Jesus abre clareiras de luz e alegria, mesmo nas trevas e nas tristezas.
Enquanto em Belém raiava a salvação, o imperador Augusto amargava o fracasso de sua política. Em palácio, noite adentro, as orgias prosseguiam e os falsos teólogos jogavam as sortes em práticas ocultistas.
Não sabiam que num estábulo da Judéia, naquele mesmo momento, a sociedade do futuro se decidia.
Ali as mãos virginais de Maria davam ao mundo o Messias, que o redimiria com seu Sangue, o reorganizaria com o Evangelho e o inundaria de gáudios com sua Graça.
Um presente impregnado de caridade
Um exemplo, bem nos primórdios do Cristianismo, foi o de São Nicolau (270–343) de Bari, Itália, bispo de Myra (hoje na Turquia), cuja festa é celebrada em 6 de dezembro.
Um nobre arruinado de sua diocese, pai de três moças solteiras, não podia pagar o dote para casá-las.
Numa noite o santo bispo viu as meias das moças secando na lareira, e colocou uma sacolinha em cada uma delas, com moedas equivalentes ao dote.
Ninguém poderia imaginar, na época, que o exemplo transmitido com essa caridade impregnaria os costumes do mundo durante milênios.
A imaginação e a fé atribuíram a São Nicolau uma realidade que não se limita a ter ele subido ao Céu.
Do norte da Europa e da América, uma torrente de cartas infantis saúda São Nicolau e lhe implora presentes.
Na Alemanha, os Correios encaminham todo ano aproximadamente 500 mil cartas para a agência de Engelskirchen (Igreja do Anjo), na Renânia do Norte-Vestfália.
Outra agência, na Finlândia, recebe mais de 500 mil com saudações e pedidos.
A mente infantil está certa de que ele vive nesta Terra, lê essas cartas e faz suas listas, aguardando o período natalino para distribuir os presentes. Mas onde ele se encontra? Por que só aparece nesse período?
A tradição forjou a imagem de um simples piedoso num local inacessível — lá longe, no gélido Ártico!
Revestido de suas insígnias episcopais, agasalhado com peles, nesse eremitério ele lê todas as cartas junto à lareira de uma cabana, num bosque coberto pelas neves.
Lá ele prepara seu trenó e alimenta as renas, que o conduzirão por vários países.
De onde saíram esse trenó e essas renas, que nunca houve em Myra nem em Bari? Foram criadas por Clement Clarke Moore, num poema escrito em 1823 — “Uma visita de São Nicolau”.
Para a inocente alma infantil, tudo ficou explicado: São Nicolau era conduzido em seu trenó, puxado por quatro casais de renas, cada uma nomeada pelas suas qualidades;
Ao invés de um santo, uma contrafação comercial
O Papai Noel não passa de uma contrafação comercial. O primeiro Papai Noel que se fez ver no Brasil foi numa ceia de Natal em São Luís do Maranhão, por volta de 1890.
Entrou pela janela com o saco de presentes, mas os homens puxaram trabucos e revólveres.
Só não o mataram porque Da. Maria Bárbara de Andrade, filha do poeta Joaquim de Sousa Andrade, se interpôs e gritou: “Não o matem! É o Papai Noel! Eu o contratei!”.
Mas deixemos de lado essa contrafação grotesca, e vejamos como São Nicolau é recebido em alguns países.
Na Alsácia, fronteira da França com a Alemanha, São Nicolau é um personagem oficial. As escolas do Estado preparam os alunos, ensinando-lhes canções com as quais pedem sua vinda.
Quando ele chega com seu cortejo, convida cada criança a prestar contas, a fim de lhe dar o presente.
Atrás dele vem um personagem sinistro: é o Padre Látego — encapuzado, de barba e cabelos desgrenhados, rosto escuro e olhar sombrio.
Ele faz ressoar no ar um chicote, ameaçando as crianças desobedientes, e promete que levará num grande saco os meninos que não fazem suas orações.
As crianças vaiam esse personagem e lhe jogam bolinhas de papel.
Jules Hoches o pintou como “um enviado do Diabo, que ameaça levar crianças por não cumprirem as promessas”.
Em Wissembourg, monta um cavalo negro e peludo, escoltado por cavalos apocalípticos, que com o ruído de tambores aterrorizam a população.
Lutero, pai do protestantismo, detestava os santos e não queria a festa de São Nicolau.
Acabou sendo ele o Padre Látego dos maus cristãos!
A Contra-reforma católica aprovou a figura para inculcar nas crianças o senso do prêmio e do castigo.
Uma decadência, como tantas outras
Vinte séculos depois da divina Natividade, o mesmo mundo comemora de vários modos o Natal, mas o que se nota é uma contínua decadência de esplendor e religiosidade.
A Terra afunda nas trevas, num caos que nem nos tempos de Augusto foi tão abrangente.
Mas, como os pastores que adoraram o Menino Deus no presépio, hoje os homens de boa vontade podem procurar a salvação pelas mãos puríssimas da Santa Mãe de Deus.
Só por meio d’Ela será restaurado o reinado social de Jesus Cristo, quando as celebrações de Natal serão incomparavelmente mais belas.
Fonte: Abim
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