São José é o padroeiro das almas aflitas. Você sabia? Leia este artigo e descubra. (Parte I)
A dor prendeu-se ao homem; segue-o por toda parte. No fundo, a história da humanidade não passa de uma grande tragédia em que o sofrimento, sob mil formas diversas, representa o
papel principal.
O sofrimento começou com o pecado; só termina com a morte. Cumpre, pois, que assim seja: Deus, infinitamente bom e infinitamente sábio, viu um bem na provação. Pelo sofrimento é que fomos remidos; é pelo sofrimento que colhemos os frutos da Redenção.
Muitos homens são levados à compreensão e salvos, só mesmo pelo sofrimento. A cruz é, pois, a partilha de todas as almas. Os santos não escapam a essa lei.
São José conheceu, pois, o sofrimento.
Conheceu-o tanto mais quanto estava mais estreitamente unido ao Salvador.
Todos os mistérios da vida de Jesus são mais ou menos mistérios dolorosos. Mesmo Nazaré e Belém tiveram sua cruz. Por toda parte, onde o Salvador repousa a cabeça, deixa os vestígios da sua coroa de espinhos.
São José viveu longos anos com Jesus. Muitíssimas vezes segurou-o nos braços, estreitou-o ao coração; — não podia, pois, deixar de encontrar a cruz!
Carregou continuamente a cruz do trabalho.
A pobreza era-lhe uma cruz, menos para ele mesmo do que em atenção ao Salvador e a Maria, cuja penúria lhe era um sofrimento. Nem sempre ele achou um abrigo para si e para a Sagrada Família.
Homens de coração insensível recusaram-lhe asilo, cruéis perseguidores ameaçaram-no naquilo que ele tinha de mais caro.
As próprias cruzes domésticas não lhe foram poupadas. Testemunha isso a sua angústia numa circunstância penosa; testemunha isso a sua dor quando Jesus ficou no templo.
Será mister, além disso, lembrar a circuncisão do Salvador, a imposição do nome de Jesus que pressagiava tantos sofrimentos, a profecia do velho Simeão, a fuga para o Egito?
Esses mistérios e outros mais foram, de alguma sorte, o Calvário de São José.
Juntemos a isso os sofrimentos que não deixavam de causar ao seu coração os pecados, a ignorância e a ingratidão de seu povo.
Se bem que essas dores estejam longe de igualar o inenarrável martírio de Maria ao pé da cruz, foram no entanto infinitamente amargas para S. José porque se referiam a Jesus, a seu Deus, e porque ele amava esse Deus com o amor mais profundo.
Os sofrimentos de José são, pois, nobres e belos em razão da sua causa — já que essa causa está nos sofrimentos do próprio Salvador — e em razão da maneira como ele suportou essas provações.
O supremo triunfo da arte, dizem, é representar o sofrimento de maneira a mostrá-lo belo e sublime. Bem mais difícil ainda é suportá-lo cristãmente. José oferece-nos, aqui, um exemplo admirável.
Nem uma só queixa, nem uma só palavra de impaciência lhe escapa. É um grande silencioso. Dele, o Evangelho não nos conservou nenhuma palavra.
Ele se fecha na sua fé, na sua humildade, na sua inalterável confiança, na sua ardente caridade, e suporta tudo com alegria, em companhia de Jesus e de Maria, contente de poder sofrer com eles.
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