Você sabe qual a devoção que desperta o ódio dos ímpios? Descubra!
A princípio, em toda a história os inimigos do Sagrado Coração foram os inimigos da Igreja.
Esse ódio, que se manifestou já na época de Santa Margarida, foi particularmente violento durante a Revolução Francesa, durante a qual muitos devotos do Sagrado Coração foram martirizados.
Mais tarde estourou nos sectários do socialismo e do comunismo, que manifestaram em inúmeras ocasiões sua ira durante os séculos XIX e XX.
O episódio mais simbólico do ódio comuno‑socialista ao Sagrado Coração, deu‑se em 1936, foi o fuzilamento e destruição por dinamite da majestosa estátua do Sagrado Coração, fincada no cume do Cerro de los Angeles, nas imediações de Madrid.
Nesse sentido, a estátua exercia do alto do monte uma espécie de reinado moral sobre a Espanha.
Os Mártires do Sagrado Coração
Durante a Revolução Francesa, entre os mártires do Sagrado Coração cumpre lembrar o confessor do Rei, o sacerdote Padre Hébert, martirizado no dia 2 de setembro de 1792, no chamado Massacre do Convento do Carmo, em Paris.
Muitos dos sacerdotes ali martirizados tinham consigo a imagem do Sagrado Coração (Os 191 Mártires de Setembro foram beatificados por Pio XI em 1926).
As freiras carmelitas mártires de Compiègne foram condenadas à morte e executadas em 17 de julho de 1794, por haverem distribuído a imagem do Coração de Jesus, e também por haverem cantado um hino em louvor do Coração de Jesus. (São Pio X as beatificou em 1906.)
Uma das vítimas do ódio revolucionário merece especial menção: a Venerável Maria Vitória Conen de Saint‑Luc, que deixou atrás de si um perfume discreto de desinteresse, fervor, pureza e elevação de atitude.
Maria Vitória, junto de seu pai e de suas mestras, as visitandinas de Rennes, aprendeu a amar o Coração de Jesus. Levava vida religiosa nas Dames de la Retraite.
Quando a Revolução as dispersou, ela foi viver com as Damas do Calvário. Ali continuou a bordar as insígnias do Sagrado Coração e a distribuí‑las entre os conhecidos.
Por fim, nos últimos dias de junho de 1792, Maria Vitória viu‑se obrigada a voltar para a casa dos pais, o Castelo de Bot. Lá continuou seu apostolado.
Todavia, as insígnias enviadas por Maria Vitória, para seus amigos, foram interceptadas pela polícia revolucionária.
Dessa forma, Maria Vitória e seus pais foram igualmente presos em fins de 1793.
Ela resistiu com grande força de alma aos rigores da prisão, animosa por estar presa pelo amor de Jesus Cristo.
Como resultado, em 18 de julho, o sanguinário promotor revolucionário os acusou de manterem contatos contra‑revolucionários, de terem ajudado a revolta dos “bandidos da Vendéia” e de haverem distribuído as insígnias dos revoltados. As três acusações foram aceitas. Era a morte.
No dia seguinte, na Praça da Barreira do Trono — o mesmo local onde dois dias antes haviam sido guilhotinadas as dezesseis freiras carmelitas de Compiègne — chegou a carroça com os três condenados.
Maria Vitória, de conduta fidalga até na morte, pediu licença ao carrasco para ser decapitada em primeiro lugar.
Não queria que os pais receiassem que vacilasse no último instante, ou que algo acontecesse com ela após a morte deles.
Abraçou seus pais, ajoelhou‑se diante deles e lhes pediu a bênção. Dirigiu‑lhes então estas belas palavras:
“Querido papai e querida mamãe, de vós aprendi como se deve viver; com a graça de Deus, gostaria de lhes ensinar como se deve morrer”.
Subiu com firmeza os degraus do cadafalso, e a lâmina decepou o pescoço puro daquele cisne inocente e virginal. Um dia talvez poderemos honrá‑la com o título de Santa Maria Vitória deSaint‑Luc, mártir da Fé.
Depois do martírio de Maria Vitória, as Dames de la Retraite passaram a se chamar Religiosas de la Retraite dSacré‑Coeur (Religiosas do Retiro do Sagrado Coração).
As perseguições e o martírio enobreceram a recusa dos princípios revolucionários pelos devotos do Sagrado Coração.
Não é pois de admirar que durante todo o século XIX, com repercussões no século XX, a devoção ao Coração de Jesus tenha sido um símbolo da oposição à Revolução.
A oposição ao espírito da Revolução impeliu muitíssimos ao heroísmo cristão, sob a bandeira do Coração de Jesus, como vimos.
Em outros, mesmo antes da Revolução Francesa, o serviço ao Coração Divino fez mais: levou ainda mais alto, à santidade.
Fonte: O Estandarte da Vitória, Péricles Capanema Ferreira e Melo.
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