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Imaginemos um vitral em forma circular, ou seja, uma rosácea. Um mundo de cores diferentes.
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Dentro do conjunto de cores, poder-se-ia fazer um passeio: ora “entrar” no céu cor de anil, ora no dourado absoluto, depois no verde total ou no vermelho bem rubro.
Os olhos “entram” em vários pedacinhos de céu, olham daqui, de lá e de acolá.
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Em determinado momento, surge a maior alegria: a visão do conjunto.
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Ao cabo de algum tempo, não sou mais eu que estou olhando para a rosácea, mas é ela que está como que olhando para mim.
Um imenso olhar de “alguém” que contém todos os estados de espírito correlatos com aquelas várias cores e que no seu conjunto me analisa.
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Analisa não tal aspecto ou tal outro de minha psicologia, mas a mim como um todo, composto de proporções desiguais e irrepetíveis.
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Nunca houve antes, nem haverá depois, um outro igual a cada um de nós.
Se eu olho em torno de mim e vejo outras pessoas também contemplando o vitral, noto como elas são diferentes de mim e para cada uma delas o vitral diz coisas diferentes.
Percebo a variedade inesgotável de interpretações que a alma humana, olhando para a rosácea, pode estabelecer, a ponto de se sentir compreendida por ela.
Gosto muito de ver fotografias de vitrais medievais. Aquelas que retratam aspectos isolados deles não dão, a meu ver, o melhor do vitral.
O melhor é quando a rosácea inteira projeta sua luz para nós. Por quê?
Por causa da própria natureza da alma humana. Somos tais que podemos ter aspectos de alma lindos.
Entretanto, o mais belo não é nenhum deles.
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O mais bonito é contemplar a alma humana enquanto criatura em que Deus vai formando, com aspectos vários, uma imagem d’Ele dentro da coleção quase incontável dos homens.
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Desde o primeiro homem até o último, cada um ocupa um lugar sem o qual a coleção ficaria incompleta.
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Como um vitral que recebeu uma pedrada e nesse ponto aparece um buraco.
Assim, analisando cada homem no seu conjunto, notamos uma porção de elementos individualmente lindos; mas o mais belo é, se cada um se santificar, observar no seu todo a plenitude de sua personalidade.
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Autor: Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, excertos da conferência proferida em 26/10/1980.
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Fonte: joiasesimbolosmedievais.blogspot.com.br
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