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Quem não ouviu falar desta outra manifestação milagrosa da presença real…
Celebrada em toda Paris e em toda a França com o nome de Milagre de Billetes?
Era 1290, sob o reinado do ímpio Filipe, o Belo.
Uma pobre mulher penhorou seu vestido junto a um judeu, por uma soma de 50 francos.
Em 2 de abril, alguns dias antes da Páscoa, ela pediu-lhe para lhe dar seu vestido para esta festa, para que pudesse cumprir com mais decência o dever pascal.
“Voluntariamente, disse-lhe o judeu, eu te darei para sempre e sem interesse, se tu me trouxeres este pão que recebes na Igreja;
Que vós cristãos pretendeis que seja vosso Deus; quero ver se Ele o é realmente”.
Seja por ignorância, seja por ganância, a miserável mulher consentiu, e ao ir comungar em São Mederico, sua paróquia;
Guardou furtivamente a Santa Hóstia, levou-a ao judeu e se foi.
Este a colocou em um lugar seguro e pôs-se a feri-la com golpes de faca…
Espantado e furioso ao ver sair dela sangue, tomou-a e cravou-lhe um prego com um martelo.
Mas o sangue começou a sair em torno do prego.
O judeu então, em um acesso de raiva, retirou-o, tomou a Santa Hóstia e jogou-a ao fogo…
Acreditava assim livrar-se dela;
Mas qual não foi seu terror ao ver a Hóstia misteriosa sair do meio das chamas e voar de lá para cá em sua casa!
Sua mulher e seus filhos estavam estupefatos:
Quando a ele, mais e mais furioso, saltou e pegou novamente a Hóstia, prendeu-a em uma vara e começou a bater-lhe com um flagelo.
Ele tenta então cortá-la em pedaços com uma faca de cozinha: um esforço em vão;
A Hóstia permaneceu inteira, sem a menor lesão.
Atormentado, tomado por uma raiva diabólica, leva-a às latrinas de sua casa, e, digno filho de seus pais, fixa-a no muro com três pregos;
Depois perfura-a com uma grande lança; rios de sangue brotam da Hóstia…
Não sabendo mais o que fazer, o malfeitor desprende-a mais uma vez e, tomado de cólera, joga-a em um caldeirão de água fervente que sua mulher havia colocado no fogo.
Ó prodígio! Esta água se torna toda sanguinolenta, e a Santa Hóstia se eleva, mostrando a ele, à sua esposa, e aos seus filhos;
A figura do Salvador crucificado, como no momento em que morreu sobre a cruz…
A mulher, tocada e ao mesmo tempo assustada, reprovou seu marido pelo que havia feito, e ele, perdendo a cabeça, se escondeu no fundo de sua adega.
A conversão dos incrédulos
Neste mesmo momento, soava a Missa solene na Igreja vizinha, e a multidão dos fieis enchia a rua.
Um dos filhos do judeu, impressionado com o que viu, diz a um de seus coleguinhas que ia a Missa:
“Perdeis vosso tempo indo rezar a vosso Deus na Igreja: Ele não está mais lá; meu pai, após tê-lo atormentado, fê-lo morrer”.
Estas palavras ouvidas por uma vizinha, excitaram sua curiosidade; suspeitando de algo, entra na casa do judeu, sob o pretexto de pedir-lhe fogo.
Ela percebeu imediatamente o crucifixo de sangue sobre o caldeirão, ajoelhou-se e adorou ao seu Senhor…
Mas, logo desaparecida a forma do crucifixo, a mulher não percebeu mais senão a Hóstia Sagrada, que veio pousar sobre um vaso que ela tinha em suas mãos.
Ela correu imediatamente para levar seu precioso e formidável tesouro à Igreja de São João de Grèves;
Onde a Hóstia milagrosa foi depositada, pelos sacerdotes, em um ostensório de ouro.
A notícia do milagre se espalhou por toda Paris.
O povo invadiu a casa do judeu e levou-o prisioneiro com sua mulher e filhos.
Eles foram levados ao tribunal episcopal;
Ele confessou o crime com todas as suas circunstâncias, e este detestável sacrílego foi condenado pela justiça do rei a ser queimado vivo na Praça de Grève.
Sua esposa e seus filhos, como muitos outros incrédulos, tocados por este grande milagre, converteram-se e receberam o Batismo.
O local do Milagre
A casa foi demolida, e em seu lugar, ergueu-se uma capela e um convento de carmelitas.
Os muros, que ainda existem, foram ornados com esculturas representando a Eucaristia;
Mas os protestantes, em cujas mãos infelizmente caiu este belo monumento da presença real, fizeram-nas desaparecer o mais que puderam.
Ainda se pode ver o lugar da casa onde Nosso Senhor apareceu na forma de sua crucificação.
Até a Grande Revolução (Revolução Francesa), celebrava-se, a cada ano, a memória deste milagre de Bilettes, por um ofício público;
E a Hóstia milagrosa, conservada em um relicário de cristal, era exposta à veneração dos fieis.
É estranho que os protestantes, inimigos natos da presença real;
Consentiam em estabelecer-se em um lugar cujas próprias muralhas lhes acusam e
lhes condenam.
Eis, pois, um grande milagre, ou, antes uma série de milagres, tão autênticos, constatados tanto quanto o possível, seja pelo culpado, seja pelas testemunhas oculares;
E ainda assim o judeu sacrílego não se converteu.
Prova evidente que os milagres sozinhos não dão a fé; mas consolam grandemente a piedade, e reavivam a fé daqueles que já creem.
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Fonte: Livro “A Presença Real e os Milagres Eucarísticos” de Mons. de Ségur.
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Uma resposta
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