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Antes de morrer e estando em Orvieto, Urbano IV chamou São Tomás e São Boaventura, para que compusessem a Missa e o Ofício do Santíssimo Sacramento.
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Os dois religiosos se apresentaram ante o Pontífice com seus trabalhos.
São Tomás começou a leitura dos responsórios admiravelmente escolhidos da Sagrada Escritura.
Quando ouviu os hinos e o cânticos, São Boaventura não pode se conter em lágrimas de devoção e consolo.
Terminando São Tomás, devia ele começar, porém arrojou-se aos pés de Urbano IV e lhe disse:
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– Santíssimo Padre, ao ouvir o Irmão Tomás, me parecia ouvir o Espírito Santo. Só EIe lhe pode haver inspirado pensamentos tão formosos.
Eu cometeria um sacrilégio se quisesse impor meu trabalho ante estas sublimes melodias. Eis aqui o que resta de minha obra.
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E sacudindo sua túnica, o filho de São Francisco deixou cair os pedaços de seu manuscrito.
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Nota: Só os grandes santos são capazes de tamanha humildade, isto é, rasgar os seus escritos, que os realizou com grande esforço;
Especialmente a grande humildade em reconhecer a superioridade dos escritos do próximo, quer seja, a superioridade de São Tomás, embora se saiba quão grande teólogo era São Boaventura.
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Fonte: DOCETE – tomo IV – La Gracia – Pe. Anton Koch S.J. – Editorial Herder, Barcelona, Espanha – 1ª. edição, p. 186