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“Se quereis, maridos, que as vossas mulheres vos sejam fiéis, ensinai-lhes a lição com o vosso exemplo:
Com que cara, diz São Gregório Nazianzeno, quereis exigir honestidade de vossas mulheres, se vós próprios viveis na desonestidade? Como lhes pedis o que não lhes dais?
Quereis que elas sejam castas? Vivei castamente com elas, e como diz São Paulo, saiba cada um possuir o seu vaso em santificação.
Mas, se pelo contrário vós mesmos lhes ensinais as dissoluções, não é de admirar que sofrais a desonra da sua perda.
Mas vós, ó mulheres, cuja honra está inseparavelmente aliada com a pureza e honestidade, conservai zelosamente a vossa glória, e não permitais que nenhuma espécie de dissolução empane a brancura da vossa reputação.
Temei toda a sorte de ataques, por pequenos que sejam: nunca permitais que andem em volta de vós os galanteios.
Todo aquele que vem elogiar a vossa formosura e a vossa graça deve ser-vos suspeito. Porque quem gaba uma mercadoria que não pode comprar, ordinariamente é muito tentado a roubá-la.
Mas se ao vosso elogio alguém adicionar o desprezo de vosso marido, ofende-vos sobremaneira, porque a coisa é clara, que não somente quer perder-vos, mas já vos tem na conta de meio perdida, pois que metade do contrato é feito com o segundo comprador, quando se está desgostoso do primeiro.”
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Fonte: Filotéia – Introdução a vida devota, São Francisco de Sales