.
Para considerarmos a misericórdia em Deus;
.
Devemos ter presente que Ele, sendo puro espírito, sua misericórdia não procede de um sentimento de compaixão, mas sim de sua infinita bondade e sabedoria.
Foi por um ato de misericórdia, de puro amor, que Deus criou todo o universo e, nele, as criaturas racionais (homens e anjos), para participarem de sua própria felicidade.
.
Em todas as obras de Deus aparecem a justiça e a misericórdia, porque, tudo o que Ele faz, tem como último fundamento a bondade divina;
.
Portanto na misericórdia, e tudo é feito com ordem e proporção, o que está de acordo com a justiça.
.
Segundo Santo Tomás, “mesmo na condenação dos réprobos vê-se a misericórdia;
.
Pois esta, embora não porque lhes tire totalmente o castigo merecido, alivia a pena, já que eles são castigados menos do que mereciam.”
Amemos Deus em toda sua perfeição
.
Se a misericórdia divina nos atrai sobremaneira, porque sem ela nós sabemos que nada somos nem podemos, não devemos separar esse atributo divino de sua justiça;
.
Pois ambos fazem parte de sua infinita sabedoria e amor.
A perfeição da misericórdia e da justiça divina nos são atestados sobretudo na Encarnação, paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo;
Em que Ele assumiu sobre si os nossos pecados, para satisfazer a justiça divina ofendida e por esse ato de misericórdia nos mereceu a salvação eterna.
.
Amemos a Deus em toda sua perfeição, em sua misericórdia e em sua justiça pois essa é a única maneira de compreendermos a sabedoria e a santidade divinas e;
.
Desse modo, podermos imitá-las na medida possível de nossas limitações.
Isso é importante não somente para a nossa vida espiritual, mas para que possamos fazer um julgamento equilibrado da ação de nossos semelhantes;
.
Compreendendo que a misericórdia não pode destruir a justiça, pois, convém lembrar novamente, “a misericórdia sem justiça conduz à ruína” da sociedade.
.
.
Fonte: Lepanto.
.
* * *