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“O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”
No Apocalipse, São João Evangelista escreveu: «Eis o que eu vi: em frente do trono […] havia um Cordeiro, que se mantinha de pé e que estava como que imolado» (Ap 5,6).
Enquanto contemplava esta visão, uma lembrança se mantinha bem viva nele:
A do dia inesquecível em que, na margem do Jordão, São João Batista tinha designado Nosso Senhor Jesus Cristo como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. […]
Mas porque tinha o Senhor escolhido este animal como seu símbolo por excelência? Porque Se mostrava ainda sob esse aspecto no trono eterno da glória?
Porque era inocente e humilde como um cordeiro e porque tinha vindo para ser levado ao matadouro como um cordeiro (Is 53,7).
Também isto tinha o Apóstolo São João contemplado quando o Senhor deixara que Lhe atassem as mãos no Jardim das Oliveiras e Se deixara pregar na cruz no Gólgota.
No Gólgota, fora consumado o verdadeiro sacrifício da Redenção.
Os sacrifícios antigos tinham perdido a sua força e, tal como o antigo sacerdócio, acabaram logo que o Templo foi destruído. Tudo isto tinha sido presenciado por São João.
Esta foi a razão pela qual ele não estranhou ver o Cordeiro no trono. […]
Como o Cordeiro devia ser morto para ser elevado ao trono da glória, também para todos os que são escolhidos para “o banquete das bodas do Cordeiro” (Ap 19,9) o caminho para a glória inclui o sofrimento e a cruz.
Os que querem unir-se ao Cordeiro devem deixar-se pregar com Ele na cruz.
Todos os que são marcados com o sangue do Cordeiro (cf Ex 12,7) – todos os batizados – são chamados a isso; mas nem todos entendem o chamado e nem todos O seguem.
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Fonte: escritosdossantos.blogspot.com.br Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa. As Bodas do Cordeiro, 14/09/1940.
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