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O principal motivo da perdição
Discípulo — Padre, poderia explicar-me a razão deste livro?
Mestre — Chamei-o assim por causa do fato seguinte:
Conta-se certa moça, tendo caído por desgraça num desses pecados que tanto envergonham na confissão, vivia triste e desconsolada.
Passaram-se assim muitos meses, sem que nenhuma das companheiras da coitada descobrisse a causa de tanta aflição.
Nesse ínterim, aconteceu que a sua melhor amiga, muito virtuosa e devota, morreu santamente.
Uma noite, a chamam pelo nome, quando está no melhor do sono; reconhece perfeitamente a voz da amiguinha morta que vai repetindo:
Confesse-se bem… se você soubesse o quanto Jesus e bom!
A moça tomou aquela voz por uma revelação do céu, criou coragem e, decidida, confessou o pecado que era a causa de tanta vergonha e de tantas lágrimas.
Naquela ocasião, tamanha foi a sua comoção, tão grande o seu alívio que depois disso, contava o fato a todo o mundo, e repetia por sua vez: “Experimentem e vejam o quanto Jesus é bom”.
D. — Muito bem! — acredito nisso plenamente, porque, já fiz mais de cem vezes a experiência de tal verdade.
M. — Pois então agradeça a Deus de todo o coração e continue a fazer boas confissões. Ai daquele que envereda, pelo caminho do sacrilégio!
É essa a maior desgraça que nos pode acontecer;
Porque dela não teremos mais a força de nos afastar, e assim prosseguiremos, talvez até à morte, precipitando-nos no abismo da perdição eterna.
D. — É assim tão nefanda uma confissão mal feita?
M. — É o principal motivo, a causa capital da perdição!
D. — Deveras?
M. — Assim é, infelizmente! São as confissões mal feitas o motivo pelo qual tantas pessoas perdem suas almas e vão para o inferno.
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Fonte: Do livro “Confessai-vos bem” do Rev. Pe. Luiz Chiavarino.
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