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São João Vianney, o Cura d’Ars
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Oh! Como é belo, meus filhos! O Pai é nosso Criador, o Filho é nosso Redentor, e o Espírito Santo é nosso Condutor.
O homem nada é por si mesmo, mas é muito com o Espírito Santo.
O homem é todo terreno e todo animal; só o Espírito Santo é que lhe pode elevar a alma e levá-lo para o alto.
Por que é que os santos eram tão desapegados da terra? Porque se deixavam conduzir pelo Espírito Santo.
Os que são conduzidos pelo Espírito Santo tem ideias justas.
Aí está porque há tantos ignorantes mais sabidos que os eruditos. Quando alguém é conduzido por um Deus de força e de luz, não se pode enganar.
O Espírito Santo é uma luz e uma força.
É ele que nos faz distinguir o verdadeiro do falso e o bem do mal.
Como essas lunetas que aumentam os objetos, o Espírito Santo faz-nos ver o bem e o mal em ponto grande.
Com o Espírito Santo, vê-se tudo em ponto grande: vê-se a grandeza das menores ações feitas por Deus, e a grandeza das menores faltas.
Assim como um relojoeiro com as suas lunetas distingue as mais pequenas engrenagens de um relógio, com as luzes do Espírito Santo nós distinguimos todas as minúcias da nossa pobre vida.
Então as menores imperfeições parecem grandíssimas; os menores pecados causam horror.
Foi por isso que a Santíssima Virgem nunca pecou. O Espírito Santo fazia-lhe compreender a fealdade do mal. Ela fremia de susto à menor falta.
Os que têm o Espírito Santo não podem sentir-se, tão bem conhecem a sua pobre miséria. Os orgulhosos são os que não possuem o Espírito Santo.
As pessoas do mundo não têm o Espírito Santo, ou, se o têm, só o têm de passagem; ele não se detém nelas. O barulho do mundo fá-lo partir.
Um cristão que é guiado pelo Espírito Santo não tem dificuldade em deixar os bens deste mundo para correr atrás dos bens do Céu. Sabe fazer a diferença.
O olhar do mundo não vê mais longe que essa parede, quando a porta da igreja está fechada. O olhar do cristão vê até no fundo da eternidade.
Para o homem que se deixar guiar pelo Espírito Santo, parece que não há mundo; para o mundo, parece que não há Deus.
Trata-se pois de saber quem é que nos guia. Se não é o Espírito Santo, por mais que façamos, não há substância nem sabor em nada do que fazemos.
Se é o Espírito Santo, há uma doçura macia… é de se morrer de prazer…
(Continua…)
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Fonte: Do livro “Espírito do Cura d’Ars” de Abbé A. Monnin.
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