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Santo Afonso de Ligório
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Feliz, feliz aquele que vos ama, ó Maria, Mãe dulcíssima!
São João Bechmans, da Companhia de Jesus, costumava dizer:
“Se amo a Maria, estou certo da minha perseverança e de Deus obtenho tudo o que quiser”.
Renovava por isso sem cessar este propósito: “Quero amar a Maria, quero amá-la sempre”.
Dizia-o seguidamente, a sós e baixinho:
“Oh! Como esta boa Mãe excede em amor a todos os seus filhos!”
Amem-na estes quanto puderem, sempre serão vencidos pelo amor que lhes consagra Maria, observa Pseudo-Inácio, mártir.
Cheguem a amá-la como um S. Estanislau Kotska, tão terno em seu amor para com esta Mãe.
Dela falando, abrasava os corações de quantos o ouviam.
Imaginaram-se novos títulos e novas palavras em seu louvor.
Não começava trabalho algum, sem primeiro pedir-lhe a bênção voltado para alguma de suas imagens.
Ao recitar o ofício, o rosário, ou outras orações em sua honra, com tanta cordialidade o fazia , como se estivesse falando com a Virgem, face a face.
Os sons da Salve Rainha afogueavam-lhe as faces em santo amor.
Visitando certa vez com um padre jesuíta uma imagem da Santíssima Virgem, perguntou-lhe o companheiro se também a amava.
“Ó meu padre – respondeu o Santo – que mais posso dizer-vos? É minha Mãe!”.
E tanta ternura notava-se, então, diz o padre, na sua voz e no seu semblante, que parecia menos um jovem do que um anjo a falar do amor de Maria Santíssima.
Cheguem a amá-la como um Beato Hermano, que a chamava de esposa amada e por Maria em retorno foi honrado com o título de esposo;
Como um S. Felipe Néri, a quem só o pensar em Maria já consolava, e por isso chamava-lhe suas delícias.
Que a amem como um S. Boaventura, o qual, para testemunhar-lhe a ternura de seu afeto, não só a chamava de Senhora e Mãe, senão também de seu coração e de sua alma.
Abrasado em santo amor, dizia-a até roubadora dos corações.
“Pois não roubaste meu coração, minha boa Mãe?” perguntava-lhe então.
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Perfeitos escravos de Maria
Cheguem a querê-la tal como um S. Luís Gonzaga, tão abrasado em seu amor que, em lhe ouvindo pronunciar o nome, tinha do amor as chamas no coração e os rubores na face.
Por que não amá-la como um S. Francisco Solano?
Em santa simplicidade (que ao mundo parece loucura) punha-se ele a cantar, ao som de um instrumento de música, diante de alguma imagem da Senhora.
Alegava que a exemplo dos apaixonados no mundo, queria fazer “uma serenata” à sua dilétissima Rainha.
Tenham-lhe a mesma ternura de amor com que a têm amado tantos de seus servos, que já nem sabiam mais que fazer como prova do muito que lhe bem queriam.
Jerônimo de Trexo, padre da Companhia de Jesus, exultava de júbilo ao chamar-se escravo de Maria.
Em sinal desta escravidão, ia visitá-la muitas vezes em algumas de suas igrejas.
Em chegando à igreja, primeiramente derramava lágrimas de um terno amor à Virgem.
Depois beijava o pavimento muitas e muitas vezes, com grande amor, considerando que aquela era a casa da sua Senhora.
Seu confrade, Padre Diogo Martínez, que pela devoção à Maria Santíssima nas suas festas era levado em espírito ao Céu pelos Anjos, para ver com quanta honra eram elas aí celebradas, este dizia:
Desejara ter todos os corações dos anjos e dos santos para com eles amar a Maria; desejara ter as vidas de todos os homens para oferecê-las todas ao amor de Maria.
(Continua…)
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Fonte: Do livro “Glórias de Maria” de Santo Afonso de Ligório.
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