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Depois de dizer que o Sacrifico da Missa é o mesmo Sacrifício da Cruz,
E não uma cópia, era de imaginar que não se poderia encontrar prerrogativa melhor.
O que o torna, entretanto, mais sublime é o fato de ter como sacerdote o próprio Deus feito homem.
Três coisas, certamente são para considerar no santo Sacrifício: o Sacerdote que oferece.
A Vítima oferecida e a Majestade divina, a quem se oferece.
Ora, três considerações: o Sacerdote, que oferece, é um Homem-Deus, Jesus Cristo: A vítima é a vida de um Deus; e não se oferece a outrem senão Deus.
Reanimai, portanto, a vossa fé, e reconhecei no padre que celebra, a pessoa adorável de Nosso Senhor Jesus Cristo.
É Ele o principal oferente, não só porque instituiu este santo Sacrifício, e lhe dá, por seus méritos, a eficácia;
Mas porque se digna, em cada Santa Missa e para nosso benefício mudar o pão e o vinho em seu santíssimo Corpo e preciosíssimo Sangue.
Eis porque a maior excelência da Santa Missa consiste em ter por Sacerdote um Deus feito Homem.
E quando virdes o celebrante no altar, sabei que sua maior dignidade é ser o ministro deste Sacerdote invisível e eterno que é nosso Redentor.
Daí vem que o Sacrifício não deixa de ser agradável a Deus;
Ainda que o padre celebrante seja um pecador;
Visto que o principal oferente é Cristo Nosso Senhor, e o padre seu simples representante.
Do mesmo modo, aquele que dá esmola pela mão dum servidor, é verdadeiramente o principal autor do benefício;
E ainda que o servo fosse um celerado, se o patrão é um justo, a esmola é santa e é meritória.
Bendito seja Deus que nos deu um Sacerdote infinitamente santo, a própria Santidade;
O qual oferece ao Pai Eterno este divino Sacrifício, não só em todo lugar;
Pois hoje a fé está difundida em toda parte;
Mas também em todo tempo, todos os dias e mesmo a toda hora, graças a Deus, o sol se levanta para outras regiões, quando pra nós desaparece.
A toda hora, portanto em qualquer parte da Terra, este Santíssimo Sacerdote oferece seu Corpo, seu Sangue, todo o Ser ao Pai;
Por nós, e o faz tantas vezes quantas Missas se celebram em todo o Universo.
Que tesouro imenso!
Que mina de inestimáveis riquezas possuímos na Igreja de Deus!
Felizes de nós se pudéssemos assistir devotamente a todas as Santas Missas!
Que capital de méritos amontoaríamos!
Que abundância de graças nesta vida, e que grau de glória na outra nos proporcionará a devota e amorosa assistência a tantas Santas Missas!
Mas que digo? Assistência?
Os que assistem a Missa à Santa Missa não fazem apenas o ofício de assistentes;
Mas também o de celebrantes e pode-se chama-los sacerdotes:
Fecisti nos Deo nostro regnun et sacerdotes (Apoc 5,10).
O sacerdote que oficia é como o ministro público da Igreja inteira, é o mediador de todos os fiéis;
E especialmente daqueles que participam da Santa Missa, junto do Sacerdote invisível que é Jesus.
Com Cristo, ele oferece ao Eterno Pai, em seu Nome e em nome de todos, o resgate precioso da Redenção dos homens.
Não está, porém, sozinho nesta santa função.
Todos os que assistem a Santa Missa, concorrem com ele no oferecimento do Sacrifício.
Assim, voltado para os fiéis, o sacerdote diz:
“Orate, fratres, ut meum ac vestrum sacrificium acceptabile fiat:”
“Orai, meus irmãos, para que o meu sacrifício, que é também o vosso, seja agradável a Deus”.
Estas palavras, que o sacerdote profere, é para nos dar a entender que, conquanto desempenhe ele o papel de ministro principal, todos, que ali assistem, com ele oferecem a grande Vítima.
Quando assistis à Santa Missa, fazeis, portanto, de certo modo, o ofício de sacerdote.
Que dizeis agora?
Ousaríeis ainda assistir à Santa Missa, sentados, tagarelando, olhando para um e outro lado;
E contentando-vos de recitar, bem ou mal, umas preces vocais, sem levar em conta o ofício de tanta responsabilidade que exerceis, o ofício de sacerdote?
Ah! não posso evitar de exclamar aqui:
Ó mundo insensato, que nada compreende de tão augustos mistérios.
Como é possível permanecer ao pé dos altares com o espírito distraído e o coração dissipado;
Num momento em que os Anjos e os Santos se absorvem em admiração e temo à vista de tão maravilhosa obra!
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Fonte: adf.org.br
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