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É um ponto da fé que há um inferno, horrível prisão destinada a punir os que se revoltaram contra Deus.
O que é o inferno? Um lugar de tormentos: lócus tormentorum, como o chama o mau rico condenado.
É um lugar de tormentos, onde todos os sentidos e todas as faculdades do condenado terão o seu tormento próprio, e quanto mais alguém tiver ofendido a Deus com algum dos sentidos, tanto mais terá a sofrer neste mesmo sentido.
A vista será atormentada pelas trevas. Que compaixão não sentiríamos, se soubéssemos que um pobre homem está encerrado num cárcere escuro por toda a vida, por quarenta ou cinquenta anos!
O inferno é um abismo fechado de todos os lados, onde nunca penetrará um raio de sol ou de qualquer outra luz.
O fogo mesmo que na terra ilumina, no inferno deixará de ser luminoso, tão somente arderá.
O olfato terá também o seu suplício. Quanto não sofreríamos se estivéssemos num quarto junto com um cadáver em putrefação?
O condenado deve ficar no meio de milhões e milhões de cadáveres, vivos com relação aos sofrimentos, mas verdadeiros cadáveres pelo mau cheiro que exalam.
Diz São Boaventura que o corpo de um só condenado, se fosse atirado á terra, bastaria com a infecção para fazer morrer todos os homens.
Infelizes, quanto mais lá encontrarem, tanto mais sofrerão, por causa da infecção, dos gritos e do aperto, porque os réprobos estarão no inferno tão juntos uns dos outros, como ovelhas encerradas no curral durante a tempestade.
Para melhor dizer, serão como uvas esmagadas no lagar da cólera de Deus. Daí nasce o suplício da imobilidade.
Da maneira como o condenado cair no inferno no último dia estará sempre, sem nunca poder mudar de situação, sem nunca poder mexer pés nem mãos, enquanto Deus for Deus.
No inferno será também atormentado o ouvido, pelos rugidos e queixas daqueles infelizes desesperados.
Como não se sofre, quando se quer dormir e se ouvem os gemidos contínuos de um enfermo, o ladrar de um cão ou o choro de uma criança?
Qual não será então o tormento dos condenados obrigados a ouvir incessantemente durante toda a eternidade estes ruídos e clamores insuportáveis?
O gosto será atormentado pela fome. O condenado sentirá uma fome canina, mas nunca terá nem uma só migalha de pão. Terá uma tal sede, que nem todas as águas do mar bastariam para lha apagar; mas nem terá uma só gota.
O mau rico pediu-a, mas nunca a obteve e nunca a obterá, nunca.
Aqui, Senhor, tendes aos vossos pés aquele desgraçado que tão pouco caso fez das vossas graças e dos vossos castigos! Aí de mim, se não tivésseis piedade!
Quantos anos teriam passado já nessa fornalha infecta, onde ardem tanto dos meus semelhantes! Ó meu Redentor, quanto este pensamento me abrasa no Vosso amor!
Como poderei no futuro pensar em Vos ofender? Ah, não! Meu bom Jesus, nunca isso aconteça; fazei-me antes mil vezes morrer.
Já que haveis começado, acabasse a vossa obra. Tirastes-me do lodoçal dos meus muitos pecados e convidastes-me a Vos amar. Fazei com que empregue o tempo, que ainda me dais todo para Vós.
Com que ardor não desejariam os condenados um dia, uma hora desse tempo, que me concedeis! E eu continuarei a consumi-lo em coisas que Vos desagradam?
Não, meu Jesus, peço-Vos, pelos merecimentos de vosso Sangue, que não o permitais. Amo-Vos, soberano Bem, e porque Vos amo, peza-me de Vos haver ofendido.
Não quero mais ofender-Vos, mas sim, amar-Vos sempre. Minha Rainha e minha Mãe, Maria, rogai a Jesus por mim, e obtende-me o dom da perseverança e do seu Santo amor.
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Fonte: Retirado do livro “Meditações de Santo Afonso Maria de Ligório” Tomo II.
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2 respostas
Jesus é o suficiente e senhor dos Senhores!!!
Temos que ser obediente as lei de Deus, e, sempre que puder ajudar o próximo. Não desejar mau a ninguém.