Há pessoas que desejariam saber o que acontece à família no Céu,
Isto é, se Deus ali a recompõe, e se a esperança de possuir seus parentes na pátria celeste é uma consolação de que se possa gozar sem receio, sem escrúpulo e sem imperfeição.
Deus coroou de glória e honra a família cristã, e faz brilhar em sua fronte o reflexo dos três principais mistérios da nossa religião.
Vede por onde ela começa: – Por um Sacramento que é o sinal sagrado da união do Verbo de Deus com a natureza humana, da união de Jesus Cristo com a sua Igreja, e da união do mesmo Deus com a alma justa.
Quem o disse? Um grande Papa, Inocêncio III [1]. Vede por onde continua:
“Maridos, amai vossas mulheres como Jesus Cristo amou a sua Igreja e se entregou por ela; mulheres, amai vossos maridos como a igreja ama a Jesus Cristo e se entrega por Ele”.
Quem o disse? O grande apóstolo S. Paulo (Eph., V, 25).
Vede por onde acaba: – Pelas relações de origem que os anjos nos enviam, tanto elas nos recordam as da Trindade e nos procuram alegrias; porque o homem é do homem como Deus é de Deus. Homo est de homine, sicut Deus de Deo. Assim o disse um grande doutor, S. Tomás de Aquino [2].
Mas teria mais poder o sopro da morte para destruir esta obra prima, do que a virtude força para lhe conservar o esplendor?
E visto que o amor é forte como a morte (Cant., VIII, 6), dar-se-á que a caridade de Deus, que criou a família, que a caridade do homem que lhe santifica o uso, não queira ou não possa refazer eternamente no Céu o que a morte desfez temporariamente na terra?
Tertuliano dizia:
“Na vida eterna, Deus não separará aqueles que unira na terra, cuja separação também não permite nesta vida inferior. A mulher pertencerá a seu marido, e este possuirá o que há de principal no matrimônio – o coração. A abstenção e ausência de toda a comunicação carnal, nada lhe fará perder. Não será tanto mais honrado um marido quanto mais puro for?” [3].
Aquele que nos deu este preceito: Não separe o homem o que Deus uniu (Math., XIX, 6), deu-nos também o exemplo. O Verbo contratou com a humanidade um divino desponsório: repudiou ele porventura a sua esposa subindo ao Céu?
Pelo contrário, fê-la assentar consigo à direita do seu Eterno Pai.
O Homem Deus tem uma Mãe que é bendita entre todas as mulheres: dedignou-se Ele de fazê-la participante da sua glória? Depois de associá-la à sua Paixão na terra, fê-la gozar das alegrias da sua Ressurreição e dos esplendores do seu triunfo, atraindo ao Céu, após de si, o seu corpo
e sua alma.
Jesus Cristo tinha dado a alguns homens o nome de irmãos: desconhecê-los-ia mais tarde? Não. Reconheceu os seus Apóstolos no martírio que sofreram por Ele, e fez-se reconhecer por eles no esplendor de que os cerca na Corte Celeste.
Mas o Filho de Deus que assim se dignou recompor, em redor de si, a sua família por natureza e por adoção, não quereria recompor da mesma forma, no Paraíso, esta cristã e religiosa família, que é a vossa e também a sua?
Quer, sim, e o Céu oferecerá um espetáculo não menos tocante do que admirável.
Assim como a primeira pessoa da Augustíssima Trindade, dirigindo-se à segunda, lhe diz:
Tu és meu Filho, eu hoje te gerei (Act., XIII, 33); e a segunda diz à primeira, com o acento da piedade filial: Meu Pai, Pai justo, Pai santo, guarda aqueles que me foram dados em teu nome para que sejam um, como nós somos um, vós em mim e eu neles (Joan., XVII, 11, 22-25): assim também uma criatura humana se voltará para outra e lhe dirá com ternura: Meu filho, minha filha! E do coração desta subirá para aquela, esta exclamação de amor: Meu Pai!
Assim como o único Filho de Deus se regozija de poder dizer a uma mulher: Vós sois minha Mãe; também inumeráveis escolhidos exultarão de alegria dizendo igualmente a uma mulher: Minha mãe!
Ora, se fosse verdade…
Que os membros da mesma família se não reconhecessem no Céu, Jesus não reconheceria já sua Mãe nem seria reconhecido por ela. Não será horrível pensar nisto e muito mais dizê-lo?
Um piedoso autor estava por certo mais bem inspirado, quando escrevia:
“A Santíssima Virgem conserva intacta a sua autoridade maternal sobre o corpo do seu Filho, Nosso Senhor, mesmo depois da Ressurreição e Ascensão; porque o seu direito é perpétuo
e inalienável.
Depois de se ter deleitado, durante a sua vida mortal, na submissão a Maria, Jesus compraz-se ainda em mostrar-se seu filho na bem-aventurada imortalidade, e em reconhecê-la por sua Mãe.
Temos a prova disto nessas numerosas aparições, em que ele se tem feito ver sob a forma de um menino entre os braços de sua Mãe, e se tem mesmo dado a alguns Santos por suas
virginais mãos.
Na glória, os parentes conservam um contínuo cuidado de seus próximos, e particularmente dos filhos, que são uma parte deles mesmos, e por assim dizer, outros eles.
É, pois, indubitável que a Mãe de Jesus tem sempre o pensamento unido a tudo o que toca ao corpo do seu querido Filho, tanto na obscuridade do Sacramento como nos esplendores da glória. Segue-o, do alto do Céu, com a vista e com o coração em todos os lugares em que se encontra presente na terra, pela consagração eucarística”. [4]
A eterna duração desta maternal ternura e desta filial piedade, explica e justifica o belo titulo de Nossa Senhora do Sagrado Coração, dado a Maria.
“Tomando a natureza humana, o Verbo Divino apropriou-se de todos os elementos que a compõem, no estado de perfeição a que a elevou a união hipostática – Debuit per omnia fratribus similiari (Hebr., II, 17).
Nosso Senhor possui no mais alto grau o sentimento do amor filial, um dos mais nobres do coração humano, e longe de se despojar dele depois da ressurreição e da sua gloriosa ascensão, tê-lo-ia dilatado, fortificado e elevado no seu mais sublime poder, se fora permitido dizê-lo, no seu estado de bem-aventurada transfiguração, em que está assentado à direita de seu Pai.
Daqui é fácil de concluir que a augusta Virgem Maria possui sobre o seu divino Coração um soberano poder, de que ela é verdadeiramente a Senhora ou a Rainha” [5].
* * *
[1] Inocêncio III, Prima collectio Decretalium, titul. XL, epist., t. I, p. 600, édit. Baluz.
[2] S. Tomas, Summ. I, p., q. 93, art. 3.
[3] Tertuliano, De Monogamia, cap. X.
[4] De Machault, Le Trésor dês grands biens de la T. S. Eucharistie, Nat. dela T. S. Vierge, III. p.
[5] Notice sur l’association em l’honneur de N. D. du Sacré-Coeur, no. 1.
Fonte: retirado do livro “No Céu nos reconheceremos” do Rev. Pe. F. Blot.
13 respostas
Com certeza no Céu e em Deus nós nos conheceremos e teremos amor um pelo outro para sempre. Que o bom Deus nos ajude.
Magna Augusta Pereira, se você é católica e vive a santidade que a Igreja nos prega, logicamente que você irá para o céu. Nós católicos amamos a mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim como a Santíssima Trindade está unida a Maria Santíssima, do mesmo modo nós estaremos unidos aos nossos familiares no céu.
Existe um grande problema para aqueles que odeiam a mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo. Aqueles que se desvincularam da Verdadeira Igreja de Jesus Cristo, a Igreja que ele deixou sob os cuidados dos apóstolos em especial a São Pedro, quando Ele disse ao primeiro Papa, “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Será que eles tem salvação?
Acontece que os dissidentes criaram outras igrejas que não foram criadas por Jesus Cristo.
Vejamos: se eles são dissidentes ferrenhos, odiosos à mãe de Jesus Cristo, Aquela que concebeu sem o pecado original, que deu à luz o nosso Salvador, será que eles irão para o céu, como aconteceu com o grande dissidente Martin Lutherio que trilhou outro caminho, o caminho da desobediência? Qual será o destino deles? Não estou julgando não, más a felicidade é para quem é feliz na terra e continuará sendo feliz no céu. Eles não são felizes, porque ainda não encontraram a felicidade que é viver na Igreja Católica Apostólica Romana, fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Quando minha mãe faleceu devido a diabetes eu fiquei muito transtornada e então fiquei com minha fé muito enfraquecida. Chorava constantemente e não sentia mais vontade de rezar ou fazer qualquer coisa que me lembrasse Deus. Pois de certa forma eu não aceitava aquela situação. Então numa noite durante um sonho que vou narrar a vocês ela me mostrou onde estava: No sonho eu estava fazendo uma viagem e o ônibus parou diante de uma igreja na qual estava uma senhora cantando lindamente, resolvi descer e entrar para cantar com ela, quando me aproximei daquela senhora forte, saudável, percebi que era minha mãe…então eu disse:
Mãe é a senhora?!
E ela me respondeu:
Sim sou eu, estou aqui para lhe mostrar, como estou e dizer que estou em um lugar maravilhoso e pedir para que não chores mais, pois suas lágrimas estão prejudicando meu discanso, eu estou muito feliz na graça de Deus.
Então percebi, que devemos sempre rezar pelas pessoas que partiram e não chorar e se revoltar com Deus achando que ainda não era hora, Deus sabe tudo, Deus é tudo, não devemos jamais questioná-lo. Outro fato importante que me ocorreu vai fazer um ano agora, meu cunhado faleceu com câncer e antes que eu fosse avisada de sua morte ele me apareceu em sonhos dizendo que agora ele estava curado e feliz pois estava em um lugar maravilhoso.
Jesus e Maria, eu confio em vós! Guarda a minha Família de todo mal, protege-nos dos perigos da presente Vida e dai-nos alcançar um dia o céu de Deus!.Amém
Não me convenceu. Quero saber se reconhecerem os nossos parentes se nos encontrarmos no céu???
Sra. Magna Augusta,
Bom Dia!
A senhora pergunta se a pessoa que vai para o Céu reconhece (ou encontra) os parentes que lá já estão.
A resposta é que “sim”. No Céu cada um encontrará todos os que lá também se encontram e se relacionarão com base naquilo de bom – tanto do ponto de vista natural (parentesco, matrimônio, etc.) como do ponto de vista sobrenatural (virtude que praticaram, ajudas mútuas na prática da virtude, etc.), mas tudo levado à sublimidade. Então, por exemplo, dois irmãos. Um faleceu primeiro. Quando o outro falece e também se salva, os dois no Céu terão um contentamento enorme por se verem e por reatarem os laços de fraternidade que tinham aqui na Terra. Com outros que não foram nossos irmãos terrenos teremos também relacionamento gaudioso, mas não igual ou semelhante àquele que teremos com nossos parentes.
In Jesu et Maria
Marcos Aurélio
LOUVADOSEJA NOSSO SENHOR JESUSCRISTO! SALVE MARIA SANTÍSSIMA, SAVE SÃO JOSÉ!
RECONHECEREMOS NOSSOS PARENTES COMO ESPÍRITOS OU SUBIREMOS ACÉU EM CORPO E ALMA?
QUEM PODERIA DAR UMA RESPOSTA? AGRADEÇO!
Sr. Ana Maria Fina,
Salve Maria!
A senhora pergunta: “no Céu reconheceremos nossos parentes como espíritos (almas) ou subiremos ao Céu em corpo e alma? Quem poderia dar uma resposta?”
A resposta é: Antes da Ressurreição dos corpos apenas as almas (espíritos) das pessoas que se salvam estão no Céu, a não ser Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora, cujos corpos já são ressurrectos. Portanto, antes da Ressurreição dos corpos, no Final dos Tempos, no Céu teremos um conhecimento e um relacionamento espiritual. Depois da Ressurreição Final teremos um conhecimento e um relacionamento completo, de corpo e alma.
In Jesu et Maria
Marcos Aurélio
pelaalma do meu pai q faleceu dia 9 de abril o izidorio lechinoski q ele descanse em paz
AGORA EU ESTOU MAIS TRANQUILA, SABER QUE UM DIA QUANDO DEUS NOS CHAMAR EU VOU ESTAR COM TODOS OS MEUS ENTES QUERIDOS LÁ NO CÉU, NO REINO DE DEUS E ETERNAMENTE, NÃO HAVERÁ MAIS SEPARAÇÃO. ISTO É A GRANDE VITÓRIA QUE DEUS NOS PROMETE, CABE A NÓS FAZERMOS A NOSSA PARTE E SER PRIVILEGIADO COM ESTA VITÓRIA. AMÉM!
o que nos conforma quando perdemos um ente querido no meio familiar é o encontro na vida eterna que Deus nos autoriza. Amém. Obrigada Jesus e Maria por tê-los comigo e minha família. Aproveito e peço orações aos intercessores por minha família. Perdi meu Pai há 19 dias e minha mãe está internada. Seja feita a vontade de Deus. Estamos em luto pedindo força ao Senhor.
Um dia eu tive um sonho muito real, com minha mãe que ja havia falecido e que tinha vindo nos visitar em sonho e eu lhe perguntei, como era o lugar em que ela estava e se conseguia conversar com meu pai e meus irmãos e ela me respondeu que o lugar era muito lindo e que ela via o meu pai e os meus irmãos, mas que não podia com eles conversar, pois tinham que se preparar por algo muito maior que estava por vir e eu tornei a lhe fazer a mesma pergunta e ela me deu a mesma resposta, ai eu acordei e achei um sonho bastante real e que eu jamais esqueci.
Agradeço muito ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria pela Sagrada Presença em minha vida e da família. Tenho o Quadro dos Sagrados Corações em minha casa, como recebi outros, tenho nos dois cantos da casa. Na casa de minhas irmãs também, são do apostolado da Oração, somos consagradas aos Sacratíssimos Corações, e a família segue os passos da mãe, o marido já falecido também era do apostolado e Adoração noturna. A religião foi e é importante na família, seguindo os rituais da Santa Igreja. Compartilhamos na comunidade o que podemos, de acordo com nossa idade. Esforço na oração para que todos sigam a Jesus, mas ainda existe nos mais jovens a frieza em participar da santa Missa.Peço Orações que não sejam dispersadas os filhos. Meu pai era rígido católico, como minha mãe.Ambos falecidos. Não tenho mais tios, os primos também já partiram, mas Deus deixou muitos no plano familiar.Obrigada. Amém.